sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Metade das vagas no ensino superior do país sobrou em 2010



 
Sobraram 36 mil vagas em instituições públicas, especialmente nas municipais

Brasília – No ano passado, quase metade (49%) das vagas de ingresso para novos alunos oferecidas pelas universidades, centros universitários e faculdades do país não foi preenchida. Segundo dados do Censo da Educação Superior de 2010, divulgado nesta semana pelo Ministério da Educação (MEC), as 2.377 instituições de ensino superior disponibilizaram 3.120.192 vagas em seus processos seletivos, mas o número de ingressos registrados foi 1.590.212.

De 1,5 milhão de oportunidades de acesso não preenchidas em 2010, a maioria era de estabelecimentos particulares. Ainda assim, sobraram 36 mil vagas em instituições públicas, especialmente nas municipais. O secretário de Ensino Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, reconhece que é preciso melhorar o aproveitamento das vagas das instituições que não são federais.

“As instituições municipais passam por algumas dificuldades. Estamos elaborando um programa para que a gente possa apoiar as instituições públicas que não são federais e passam por dificuldades de financiamento ou infraestrutura. Com esses problemas, às vezes elas têm dificuldades para atrair o estudante”, explica Costa.

Sobre a ociosidade das vagas do sistema de ensino como um todo, ele avalia que é positivo que haja um grande número de vagas disponíveis. “É bom que o Brasil tenha um grande número de vagas porque ele está preparado para a expansão”, defende.

Para a Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), representante do setor privado, a explicação para a grande quantidade de vagas sobrando é que parte das instituições solicita ao MEC autorização para um número maior de vagas do que pretende de fato preencher. Isso ocorre especialmente no caso das faculdades que não têm autonomia para abrir novas vagas e inflam esse número para não ter que solicitar outra autorização ao ministério caso queiram ampliar a oferta.

“Isso é normal. Não é um fato negativo, nem diferenciado. Temos que aprofundar essa análise para saber em que cursos e onde isso está acontecendo. A oferta não é preenchida porque o aluno não aceita essas vagas por diferentes razões”, avalia Gabriel Rodrigues, presidente da entidade. Na avaliação dele, é preciso que o sistema de ensino superior adeque a oferta às necessidades de mão de obra do país e às demandas dos estudantes. “Essa é uma abordagem diferente dos anos anteriores. A realidade está mostrando que esse planejamento [do atendimento] precisa ser feito com mais critério, a oferta não pode ser espontânea se não atender às necessidades reais das diversas regiões”, analisa.

Em termos absolutos, é no Sudeste que sobram mais vagas de ingresso: 886 mil, de 1,6 milhão disponíveis, a maior oferta do país. Mas é no Centro-Oeste que há a maior proporção de vagas não preenchidas, 53%. Já as instituições do Norte têm melhor aproveitamento: 63% das vagas foram ocupadas em 2010. Entre as diferentes áreas de formação, o percentual de vagas ociosas varia de 30%, nos cursos ligados às atividades de agricultura e veterinária, a 60% nos de serviços, que incluem graduações como hotelaria, turismo e gastronomia.

Além da falta de interesse dos estudantes por determinado área de formação ou instituição, muitas vezes o que os afasta dos bancos universitários é o custo elevado das mensalidades. Programas do MEC como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade para Todos (ProUni), que dão oportunidade aos alunos de baixa renda para estudar em instituições privadas, poderiam melhorar essa ocupação das vagas, que ainda são subutilizados pelo público-alvo.

“Acho que temos um potencial muito maior [de atendimento] no Fies, isso é verdade. Estamos trabalhando muito para que ele possa ser cada vez mais utilizado pelos estudantes e pelas instituições. Com o ProUni e o Fies, temos certeza que vamos conseguir que todo aluno que queira estudar numa instituição privada tenha condições de fazer isso”, diz Luiz Cláudio Costa.

Fonte: Portal Exame (aqui)

MEUS COMENTÁRIOS:

O Brasil vive um apagão de mão de obra, mas por outro lado convive com essa situação. Quase que metade das vagas não são preenchidas!

Os cursos com mais alunos no ensino superior no Brasil são: Administração de empresas, direito, pedagogia, enfermagem e ciências contábeis. A matéria pode ser lida clicando aqui.

Isso é fruto de vários problemas, onde podem ser citados:

 - ausência de planejamento para abertura de curso: muitos cursos são abertos sem levar em conta a demanda por esses cursos e as vocações atuais e futuras da região onde estão instaladas;

 - cursos caros: muitos cursos que têm carência de profissionais são de manutenção cara e os alunos interessados não podem pagar;

 - pouco trabalho na questão da vocação do aluno: investe-se pouco em análise de perfil do estudante e aos 17 ou 18 anos, ele é obrogado a decidir o que quer fazer para o resto da vida, aumentando os índices de evasão escolar;

Investimento na Educação não é fácil pois ela está atrelada a questões bem subjetivas como gosto e vocação do aluno e ambiente familiar. Mas entendo que a Educação é um local onde se investido recursos, sempre traz benefícios sociais, pois a pessoa pode não seguir aquela carreira, mas pelo menos ela progrediu culturalmente.

Outra questão que também deve ser ponderado nesta questão é a qualidade da base educacional do aluno, pois não adianta entrar para cursar engenharia se o aluno não sabe nem as 4 operações básicas, ou economia, se o aluno nunca leu mais que 5 páginas de uma vez.

Alunos frutos da progressão continuada levada a cabo desprezando o que preconizava a proposta de Paulo Freire, serão um grande gargalo para o futuro do Brasil. E se o Brasil não melhorar essa questão, seremos obrigado a aceitar de bom grado a contratação de técnicos do exterior para sustentar o crescimeno econômico do Brasil.

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