sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cidade do MT que mais cresce no IDH.


Lucas é uma das 15 cidades do país com alto índice de desenvolvimento


Cidades brasileiras que tinham os piores indicadores de emprego, renda, saúde e educação entre 2000 e 2009 conseguiram melhorias nesses setores, mas ainda vão levar 26 anos, a contar de agora, para alcançar um elevado grau de desenvolvimento.

Há, porém, uma exceção: o Centro-Oeste. Apoiada na expansão da fronteira agrícola e seu impacto no emprego, a região saiu de um patamar de desenvolvimento similar ao do Norte e Nordeste e se aproximou do Sudeste.

Tal retrato pode ser extraído do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, um indicador preparado por economistas da federação das indústrias fluminenses.

O município mato-grossense de Lucas do Rio Verde é um exemplo de como o agronegócio tem trazido desenvolvimento aos municípios localizados no Centro-Oeste do país. Na região Médio-Norte do estado, a cidade aparece no índice Firjan entre os 15 municípios brasileiros com os mais altos níveis de desenvolvimento.

A cidade ocupa a oitava posição e, segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, veiculada no último domingo (06.11), o município de Mato Grosso quebra a hegemonia quase que absoluta das cidades de São Paulo, que lideram o ranking. Do total das 15 listadas no índice, 14 são de São Paulo.

O levantamento faz um raio-X do país com base em três indicadores: renda e emprego formal, saúde e educação. E se assemelha ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), divulgado pela ONU na semana passada.

A reportagem destaca ainda que Lucas do Rio Verde é um dos municípios mais dinâmicos do cinturão da soja de Mato Grosso, maior estado produtor do país e polo da agroindústria que processa o grão, além de sede de uma ampla rede de frigoríficos.

Mais duas cidades de Mato Grosso estão entre as cem mais desenvolvidas: Primavera do Leste e Sorriso. As três apresentam evolução rápida no item emprego e renda -impulsionados pelo bom preço da soja e dos demais grãos no exterior e as sucessivas safras recordes.

A pesquisa mostra que o efeito da renda maior no Centro-Oeste se irradiou, via tributos, para os cofres das várias cidades dos Estados, que passaram a prestar melhores serviços públicos.

“Isso se traduziu em bons índices em educação e especialmente em saúde nesses três municípios”, diz Júlio Miragaya, pesquisador do Conselho Federal de Economia.

"A expansão da fronteira agrícola fez o Centro-Oeste se destacar e explica essa redução regional da desigualdade que não se vê no Norte e no Nordeste", afirma Luciana Sá, diretora da Firjan.

Em 2009, o Centro-Oeste tinha 83,4% das cidades com alto ou moderado grau de desenvolvimento, percentual semelhante ao do Sudeste (86,4%), que só perdia para o Sul (96,2%).

No mapa do desenvolvimento das cidades, porém, persiste uma linha imaginária que corta o país a partir do sul da Bahia e norte de Minas Gerais e se estende pelas franjas da Amazônia.

A linha revela a desigualdade que separa Sul, Sudeste e mais recentemente o Centro-Oeste, onde estão os municípios com alto ou moderado nível de desenvolvimento, do Norte e Nordeste.

Fonte: recebido pelo Informe Semanal da APROSOJA.

MEUS COMENTÁRIOS:

Essa reportagem da Folha de São Paulo que foi repassada pela APROSOJA, mostra uma questão importante: o agornegócio não pode ser demonizado.

Eu conheci o estado de Mato Grosso em 2006 e vi in loco essa situação. As cidades que de desenvolveram com base na produção de soja, são muito mais desenvolvidas do que as outras.

Além de Lucas do Rio Verde, pode ser citado Primavera do Leste, Sorriso, Nova Mutum, Campo Novo do Parecis entre outras. O que temos que pensar é como aliar esse desenvolvimento provocado pela soja com a preservação ambiental.

Desenvolvimento Zero só é defendido por aquele que já tem suas necessidades preenchidas e não pensa no próximo. É fato, estive na Europa e vi que as pessoas defendem a preservação total, mas ninguém abre mão de nada para essa preservação. Como diz o velho ditado: "Pimenta nos olhos dos outros é pimenta!"

O município de Lucas do Rio Verde é um dos mais avançados na questão do debate pelo Desenvolvimento Sustentável, através do Programa Lucas Verde. E eles não começaram a pensar nisso apenas pela exigência de ONGs, mas também porque sentiram na pele o problema de pensar no desenvolvimento sem preocupação ambiental e social. Muitas pessoas estavam sofrendo efeitos do uso desastrado de agrotóxicos e todo o município começou a pensar na questão.

A APROSOJA possui estudos que mostram que as cidades que se desenvolveram com base na soja tiveram o maior incremento de melhoria na qualidade de vida, se comparado a qualquer outra cidade do Centro-Oeste que se desenvolveu em qualquer outra base econômica.


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