terça-feira, 28 de setembro de 2010

Será que vai sair algo além da Pizza.

Com as vereadoras e o nobre subserviente, dá para ter algo além de acabar em pizza essa CPI?



CPI é criada e tem maioria governista

Em meio a uma sessão da Câmara tumultuada, marcada por protestos e pela grande presença da população, vereadores de Limeira criaram ontem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar denúncias envolvendo a merenda escolar da cidade. E como já era previsto, a maioria dos membros da CPI faz parte da bancada que apoia o prefeito Silvio Félix (PDT) - a escolha é feita proporcionalmente pelos blocos parlamentares. Vão atuar no trabalho os governistas Sílvio Brito (PDT), Elza Tank (PTB) e Nilce Segalla (PTB), além dos vereadores da ala da oposição, Ronei Martins (PT) e Mário Botion (PR).

Outras tentativas de CPI da Merenda já tinham ocorrido na Câmara de Limeira desde 2007, mas a base aliada do governo sempre sepultou o assunto. Desta vez, porém, a situação ficou insustentável: isso diante do decreto de prisão de César Cortez (PV), acusado de ter recebido propina - no valor de R$ 140 mil - da empresa SP Alimentação, da prisão do dono da empresa e de denúncias graves feitas por uma testemunha ao Ministério Público (MP), que apontou pagamentos de propinas não só à Câmara, mas também ao prefeito Silvio Félix. Investigam o caso os promotores Cleber Masson e Regina Furtado.

DUAS CPIS



A polêmica começou logo no início da sessão, quando estava sendo discutida entre os parlamentares a criação de duas CPIs. É que a ala governista - após ter recebido o aval do prefeito - decidiu protocolar logo no início da tarde o pedido de investigação. Félix passou a manhã de ontem reunido com sua bancada - seria uma manobra para evitar desgastes políticos a poucos dias da eleição.
Já na hora da sessão, a oposição tentou emplacar outra comissão - segundo a ala, mais abrangente que a primeira. "O nosso requerimento de CPI é mais amplo, cita a propina, o decreto de prisão do Cortez, as denúncias de empresas irmãs, entre outras questões", defendeu Ronei. "Há duas CPIs aqui com objetos completamente diferentes", falou Paulo Hadich (PSB).

O presidente da Casa, Eliseu Daniel dos Santos (PDT), porém, impediu que a segunda comissão fosse criada. "Eu sigo o Regimento Interno. O pedido de CPI que foi protocolado primeiro é o deles (da base do prefeito)", explicou Eliseu. O presidente, porém, comprometeu-se a anexar junto com o documento da ala governista todos os apontamentos feitos pela oposição. Questionado pelo Jornal de Limeira, Eliseu declarou que mesmo que o objeto da CPI criada não cite todas as denúncias já levantadas sobre a merenda de Limeira, ele afiançou que a investigação poderá abranger todas as frentes necessárias. O mesmo disse Sílvio Brito. "Vamos apurar todas as possíveis irregularidades que estão sendo denunciadas", falou o pedetista.

O público presente se revoltou com o fato. "A CPI pedida pela oposição tinha um objeto de investigação muito maior. Foi uma manobra dos vereadores ligados ao prefeito", disse a dona de casa Veruska Segura, que costuma acompanhar os trabalhos do Legislativo.
Também presente na sessão de ontem, o pároco da Igreja Santa Rita, Alquermes Valvasori, declarou que o que importa, de agora em diante, é a lisura de toda a investigação. "O que a população espera dos vereadores é transparência".

MEMBROS

A sessão "esquentou" mesmo quando chegou o momento de definir os membros que iriam compor a comissão. A oposição tentou, de todas as maneiras, evitar a maioria governista, mas não obteve sucesso. Ronei, Hadich e Mário Botion (PR) pleiteavam um assento à Raul Nilsen (PMDB), que tem trânsito entre os dois blocos concorrentes na Casa. O próprio Raul discursou dizendo que queria participar da comissão, mas foi voto vencido, já que a maioria votou pelos nomes de Elza e Nilce para comporem os trabalhos.

O público presente chegou a vaiar e a xingar vereadores aliados do prefeito numa alusão de que a investigação não seria imparcial. Em tom melancólico, Elza se explicou dizendo que Raul lhe tinha dito que seus compromissos como médico o impediriam de atuar na investigação e que por isso ele não foi escolhido.
Ao final da sessão e visivelmente irritado, o peemedebista disse para a imprensa: "elas (Nilce e Elza) não me consultaram. O que eu disse é que tinha compromissos médicos, mas não falei que não poderia participar. Elas decidiram sozinhas escolher os nomes delas para a comissão. Não fui consultado", afirmou Raul.

A primeira reunião da CPI da Merenda vai ocorrer somente após as eleições, quando serão escolhidos o presidente e o relator.

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