sábado, 17 de junho de 2017

Operação do sistema elétrico mudará com expansão eólica e solar, diz ONS

A operação do sistema elétrico brasileiro precisará mudar para se adaptar à acelerada expansão da geração eólica no país e ao início da introdução da energia solar na matriz, incluindo o crescimento nas instalações solares em residências, com placas fotovoltaicas em telhados, disse nesta terça-feira o diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata.

Ele afirmou que essa preocupação já faz com que o ONS e as autoridades do setor preparem-se para rever o sistema computacional utilizado atualmente para programar a operação do sistema e para o cálculo dos preços spot da eletricidade, ou Preços de Liquidação das Diferenças (PLD).

“Estamos trabalhando de forma integrada para poder dispor a partir de 2020 de um novo modelo para o estabelecimento da política de operação e cálculo de preço, que tenha todos requisitos que entendemos como fundamentais”, disse Barata, ao participar de evento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Segundo ele, o novo sistema a ser desenvolvido possibilitará que o sistema elétrico enfrente melhor a variabilidade da geração das usinas eólicas e solares, que dependem de vento e da incidência do sol.

“Entendemos que hoje o estágio de evolução do segmento exige uma permanente inovação em tecnologia e temos colocado como palavra de ordem no ONS a inovação. Precisamos melhorar nossos procedimentos”, disse o diretor.

De acordo com Barata, o novo sistema teria uma representação das usinas de forma individual e em base horária, e uma “adequada representação das fontes intermitentes”.

Ele disse que participou recentemente de encontros com representantes de órgãos semelhantes ao ONS que operam em outros países do mundo e que diversos deles relataram grandes desafios para se adaptar à expansão das fontes renováveis, principalmente na Europa, onde a tecnologia avançou rapidamente.

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“O depoimento deles é realmente impressionante. A Itália… chega a ter hoje quase 30 por cento da carga suprida por fotovoltaicas nos tetos. Isso significa dizer que você tem que aparelhar o sistema para operar durante o dia… e quando o sol se põe a configuração é outra”, comentou.

“E isso tem acontecido na Itália e vários outros países, todos enfrentaram problemas grandes de adaptação a essa nova realidade do setor.”

O diretor do ONS apontou, no entanto, que o Brasil deverá ter tempo para se preparar para essas transformações, ajudado principalmente pela crise econômica, que deverá limitar em algum nível a velocidade dessas mudanças.

Fonte: Secretaria de Energia (aqui) / Imagem (aqui)

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