quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Falta de diálogo e consequências para a democracia


No último domingo, fui a um supermercado no centro de Limeira e peguei sobre um balcão na saída uma edição do periódico semanal "Jornal da Cidade".

Olhando o jornal, notei que as matérias vão sempre a favor do governo e também contra a oposição dele. De cara não gostei, mas depois refletindo com meus botões, tirei duas reflexões:

1. A isenção da mídia

Um dos maiores medos de qualquer cidadão é ver que a mídia local está praticando o que se chama de mídia marrom, ou seja, defende o poder local para manutenção de poderes e privilégios. Os jornais são formadores de opinião, e por consequência devem ser isentos de opinião, a não ser nas colunas de editoriais ou nas colunas assinadas.

Então, neste quesito, fico me questionando: se a prefeitura tem que recorrer a construção de um periódico próprio para poder falar arbitrariamente e unilateralmente aquilo que ninguém quer publicar, isto PODE SER (e não “que é”) um sinal de que as nossas mídias locais não estão engolindo tudo “goela a baixo” como muitos políticos e vereadores municipais tem desejado ultimamente.

2. A forma de comunicação social

Ver que a prefeitura recorre a esse tipo de prática para expressar sua opinião e decisão mostra a falta de capacidade que muitas pessoas públicas em Limeira têm ao dialogar com as partes interessadas e exercer a democracia. Para muitos, discutir abertamente pode ser desastroso, já que, para muitas situações, não há como argumentar ou inargumentável.

Portanto, já que não se quer debater claramente, busca-se medidas autoritárias como construção de um espaço parcial de opinião como esse jornal, ou controla-se o legislativo como tem sido feito. O que vemos em todas as sessões da Câmara de Limeira é que na hora que as discussões são realizadas, sempre aparece a tropa de choque do Félix, capitaneada pela vereadora Elza Tank que muitas vezes diz que é contra, não argumenta e um grupo de cinco ou seis vereadores sem opinião, já que pouco ou nada discutem, abaixam a cabeça e seguem as ordens de comando.

3. Resultado dessa falta de diálogo

Vendo esses acontecimentos, podemos imaginar as consequências que essas ações podem gerar. Por um lado, vemos que a opinião pública somente é importante em período eleitoral e por outro os prejuízos que essas práticas trazem ao nosso município.

Infelizmente, a falta de importância da opinião pública é culpa nossa devido à ausência durante todo o ano. Se a população não acompanhar o que está acontecendo, não compreenderá e o que for dito no período eleitoral ela acreditará que é verdade já que o político goza de uma autoridade por já ter sido eleito anteriormente. Enquanto houver essa ausência pouco poderemos avançar e continuaremos a ver essas situações como a do Senado Federal atualmente, por exemplo.
Outro aspecto importante são os prejuízos que essas ações provocam para a municipalidade. Se houvesse mais diálogo, os riscos e as consequências para as greves em Limeira seriam menores. Por exemplo, se o prefeito não tivesse esperado o estado de greve da guarda ter sido decretado para iniciar o diálogo, não estaríamos vendo estes problemas que temos visto ultimamente.

Esses prejuízos são os mais visíveis porque envolvem servidores públicos, mas quantas empresas não se instalam em Limeira devido a ausência de comunicação. A Empresa Fácil só é fácil no nome já que pouco se consegue lá. Enquanto aqui só se chora a perda de arrecadação, o Jornal de Piracicaba anunciou recentemente o aumento da arrecadação em R$ 40 milhões naquele município identificado pela Receita Federal.

No cotidiano de nossas atividades é que construímos a cidade em que queremos viver. Não são apenas por grandes revoluções, mas sim, pela somatória de pequenas ações que poderemos construir um local melhor para se viver e aí, todos são responsáveis, inclusive VOCÊ!

Fonte Imagem: Cartilha do IDEC sobre a OMC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário