A detenção da primeira-dama de Limeira e dos outros 11 acusados, por suposta prática de lavagem de dinheiro, furto qualificado, falsidade ideológica e sonegação fiscal, teve todos ingredientes cinematográficos
necessários para um bom espetáculo midiático.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), inspirado no estilo da Polícia Federal, seguiu à risca o roteiro de uma operação que busca holofotes: vazou a informação para mídia, assegurou a presença de figurantes de luxo (membros da Rota), ambientalizou a história (cenário da coletiva) e empunhou o microfone em busca dos flashes.
Todo esse arranjo foi feito para garantir a exposição dos presos que estão submetidos à prisão temporária (adequada para pessoas indiciadas) que possui uma configuração jurídica menos rigorosa de quando se trata de uma prisão cautelar - própria de quem é alvo de um processo penal.
Ou seja, o êxito da investigação dos promotores é notável. O demérito é autopromoção gratuita.
É verdade que o Ministério Público se consolida como um órgão de refúgio da seriedade e de combate a impunidade que nada de braçada no nosso cotidiano. Porém, esse braço da justiça não pode estar isento de críticas na condução espalhafatosa deste episódio histórico.
Aos promotores caberia uma postura mais sóbria em suas operações e a determinados setores da sociedade reações menos histéricas, menos fanáticas e sem mistificações. Enfim, essa é uma discussão que corre na margem de todo esse processo histórico, todavia, acredito que cabe essa reflexão.
Família delinquente
A realidade é que no primeiro plano deste processo está a série de acusações feita pelo Gaeco. A julgar pelo teor das gravíssimas denúncias, o grupo de promotores fez com que o clã Félix seja reconhecido daqui para frente como uma família composta por delinquentes (mãe, irmãs e filhos).
Essa mancha jamais será dissipada. O fato sepulta de modo definitivo a trajetória de 7 anos do grupo político liderado pelo atual chefe do Executivo - a prisão temporária da primeira-dama é tão desastrosa para o prefeito quanto foi o escândalo da merenda na vida política do ex-vereador César Cortez.
A rigor o grupo ainda não atingiu o objetivo final de toda investigação: provar que a primeira-dama desviou dinheiro público e que esse desvio 'engordou' o milionário patrimônio da família Félix. O que se acredita que é uma questão de tempo a partir do volume de material apreendido hoje.
Independentemente desta prova, o prefeito Silvio Félix (PDT) não tem mais condições morais de sustentar o cargo que ocupa - apesar dele negar categoricamente todas as acusações feitas pelo Gaeco. A 'Primavera Limeirense' que ocorreu hoje (24), no vão do Museu da Joia, é um naco da pressão popular que será feita na próxima segunda-feira na Câmara de Vereadores. O afastamento é irreversível.
Zovico
Toda a turbulência institucional que a cidade viverá até a virada do ano cairá no colo do vice-prefeito Orlando Zovico. O primeiro procedimento do vice-prefeito é afirmar que ignorava a existência da suposta quadrilha, que não compactua com esse episódio e que está tão indignado quanto a comunidade com essa denúncias.
Firmado esse pacto de confiança, Zovico, em tese, teria que nomear um gabinete de crise, afastar secretários e comissionados ligados ao atual prefeito, promover uma auditoria nas contas municipais e evitar a todo custo o colapso dos serviços públicos.
Caberá ao novo prefeito escrever uma nova engenharia política na Câmara de Vereadores e administrar uma cidade em crise política até o pleito de outubro.
necessários para um bom espetáculo midiático.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), inspirado no estilo da Polícia Federal, seguiu à risca o roteiro de uma operação que busca holofotes: vazou a informação para mídia, assegurou a presença de figurantes de luxo (membros da Rota), ambientalizou a história (cenário da coletiva) e empunhou o microfone em busca dos flashes.
Todo esse arranjo foi feito para garantir a exposição dos presos que estão submetidos à prisão temporária (adequada para pessoas indiciadas) que possui uma configuração jurídica menos rigorosa de quando se trata de uma prisão cautelar - própria de quem é alvo de um processo penal.
Ou seja, o êxito da investigação dos promotores é notável. O demérito é autopromoção gratuita.
É verdade que o Ministério Público se consolida como um órgão de refúgio da seriedade e de combate a impunidade que nada de braçada no nosso cotidiano. Porém, esse braço da justiça não pode estar isento de críticas na condução espalhafatosa deste episódio histórico.
Aos promotores caberia uma postura mais sóbria em suas operações e a determinados setores da sociedade reações menos histéricas, menos fanáticas e sem mistificações. Enfim, essa é uma discussão que corre na margem de todo esse processo histórico, todavia, acredito que cabe essa reflexão.
Família delinquente
A realidade é que no primeiro plano deste processo está a série de acusações feita pelo Gaeco. A julgar pelo teor das gravíssimas denúncias, o grupo de promotores fez com que o clã Félix seja reconhecido daqui para frente como uma família composta por delinquentes (mãe, irmãs e filhos).
Essa mancha jamais será dissipada. O fato sepulta de modo definitivo a trajetória de 7 anos do grupo político liderado pelo atual chefe do Executivo - a prisão temporária da primeira-dama é tão desastrosa para o prefeito quanto foi o escândalo da merenda na vida política do ex-vereador César Cortez.
A rigor o grupo ainda não atingiu o objetivo final de toda investigação: provar que a primeira-dama desviou dinheiro público e que esse desvio 'engordou' o milionário patrimônio da família Félix. O que se acredita que é uma questão de tempo a partir do volume de material apreendido hoje.
Independentemente desta prova, o prefeito Silvio Félix (PDT) não tem mais condições morais de sustentar o cargo que ocupa - apesar dele negar categoricamente todas as acusações feitas pelo Gaeco. A 'Primavera Limeirense' que ocorreu hoje (24), no vão do Museu da Joia, é um naco da pressão popular que será feita na próxima segunda-feira na Câmara de Vereadores. O afastamento é irreversível.
Zovico
Toda a turbulência institucional que a cidade viverá até a virada do ano cairá no colo do vice-prefeito Orlando Zovico. O primeiro procedimento do vice-prefeito é afirmar que ignorava a existência da suposta quadrilha, que não compactua com esse episódio e que está tão indignado quanto a comunidade com essa denúncias.
Firmado esse pacto de confiança, Zovico, em tese, teria que nomear um gabinete de crise, afastar secretários e comissionados ligados ao atual prefeito, promover uma auditoria nas contas municipais e evitar a todo custo o colapso dos serviços públicos.
Caberá ao novo prefeito escrever uma nova engenharia política na Câmara de Vereadores e administrar uma cidade em crise política até o pleito de outubro.
Fonte: Blog Jornalistas.br (aqui)
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