sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Águas Residuais será o centro dos debates do Dia Mundial da Água 2017



A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o tema “Águas Residuais” como o foco das discussões para o Dia Mundial da Água 2017, a ser celebrado em 22 de março.

Popularmente conhecida como esgoto, as águas residuais compreendem todo o volume de água que teve suas características naturais alteradas após o uso doméstico, comercial ou industrial. Trata-se de uma substância com grau de impureza que varia de acordo com sua utilização, mas que sempre contém agentes contaminantes e potencialmente prejudiciais à saúde humana e à natureza de modo geral.

O retorno dessa água ao meio ambiente deve necessariamente sofrer tratamento de modo que ela volte a apresentar qualidade e limpeza adequadas para que seja lançada no corpo receptor (rio, lago ou mar) sem causar danos à saúde e ao ecossistema.

No Brasil, a coleta e tratamento das águas residuais configuram-se como grande desafio para o saneamento ambiental. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas 48,6% da população tem acesso à coleta de esgoto, sendo que deste efluente coletado somente 40% passa por algum tipo de tratamento antes de ser descartado no meio ambiente.

O tema ainda demonstra a desigualdade social no país. Estados mais carentes e menos desenvolvidos apresentam menos acesso ao saneamento básico frente aos Estados com mais recursos. Por exemplo, a região norte é que apresenta as médias mais baixas de tratamento de esgoto (14,36%), enquanto o Centro-Sul brasileiro apresenta melhores índices, acima da média nacional.

Águas Residuais nas Bacias PCJ

Nas Bacias PCJ, no interior do Estado de São Paulo, as águas residuais recebem uma atenção especial há mais de duas décadas. A fundação do Consórcio PCJ, inclusive, foi fomentada justamente pela queda na qualidade das águas dos mananciais da região devido ao lançamento de efluentes nos rios. Quando a entidade foi criada em 1989, apenas 3% dos esgotos coletados eram tratados. Segundo o mais recente relatório de Gestão das Bacias PCJ, editado pela Agência PCJ, a média de tratamento na região atingiu a marca de 72% do total de esgoto coletado (92%), bem acima das médias nacionais.
A universalização do saneamento, com atendimento em 100% de tratamento de água, coleta e tratamento de águas residuais são essenciais para a dignidade humana e a saúde pública. O Instituto Trata Brasil estima que são necessários R$ 508 bilhões até 2033 para universalizar o acesso aos 4 serviços do saneamento (água, esgotos, resíduos e drenagem). Somente para água e esgoto serão necessários R$ 303 bilhões.

Especialistas do setor sugerem que cada R$1 investido em saneamento economiza-se R$4 na área da saúde. Não é só nesse campo que ocorrem impactos positivos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) atenta que cada R$ 1 investido em saneamento gera R$ 3,13 em riquezas à economia, já que saneamento demanda grande quantidade de obras e serviços, movimentando áreas da indústria, comércio e setor de serviços em todo o ciclo que vai da captação e abastecimento de água à coleta e tratamento do esgoto. Para cada R$ 1 bilhão investido em saneamento, 58 mil empregos diretos e indiretos seriam criados: sendo 27 mil na indústria, 25,1 mil no setor de serviços e 5,9 mil em agropecuária.

Sobre o dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU no dia 22 de março de 1992. Desde então, essa mesma data a cada ano é destinada à discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

A data comemorativa é uma oportunidade para se conhecer mais sobre a problemática da água, promover debates na sociedade e tomar atitudes que façam a diferença no uso racional de água. A cada ano, a ONU escolhe um tema diferente para ser discutido que corresponde a um desafio atual ou futuro.

No ano passado, a ONU divulgou os temas das três próximas edições do Dia Mundial da Água, sendo que em 2016 os debates ocorreram em torno de “Água e Empregos”, em 2017 conforme já atendado será “Água Residual” e em 2018 terão como foco “Soluções Naturais para a Água”. 

Fonte: Assessoria de Comunicação do Consórcio PCJ (e-mail)

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