Após gastar ao menos R$ 160 milhões em quatro grandes projetos, a USP decidiu suspender, por tempo indeterminado, as obras por falta de verbas.
Entraram na lista de um total de cerca de 80 projetos cancelados o Parque de Museus, o Centro de Convenções, o Centro de Difusão Internacional e a ampliação do edifício do auditório Camargo Guarnieri.
No caso do Parque dos Museus, que abrigaria os museus de Zoologia e de Arqueologia e Etnologia, foram gastos R$ 36 milhões, mas seriam necessários mais R$ 210 milhões para concluir o projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.
Outro caso de obra que ficará inacabada e sem uso é a do Centro de Convenções, que está com a construção quase pronta. Só neste projeto, R$ 100 milhões já foram investidos. Ainda seriam necessários R$ 40 milhões em obras do edifício e ruas no entorno e R$ 6 milhões em móveis e equipamentos para os auditórios para que o prédio entrasse em funcionamento.
REEQUILÍBRIO
Segundo a reitoria, o cancelamento das obras faz parte de "medidas de reequilíbrio orçamentário da Universidade" e a retomada delas não tem prazo para ocorrer.
Sobre o Parque de Museus especificamente, a reitoria afirma que havia "muitas dúvidas e imprecisões" sobre qual seria a solução técnica para concluir a obra do parque, pois havia incompatibilidade de projetos. Esses problemas levariam a um acréscimo de contrato de 25%, o que não é permitido por lei.
O órgão informou ainda que a obra prosseguiu o suficiente apenas para evitar desmoronamento da encosta do entorno e para garantir que o que já foi construído não se deteriore durante a paralisação.
A USP passa atualmente pela maior crise de sua história, com uma folha de pagamentos que supera seu orçamento. A universidade gasta, apenas com professores e outros funcionários, 5% a mais do que recebe do governo para se manter.
Esse deficit fez a reitoria cancelar a discussão sobre reajustes salarial no início do ano, o que provocou a mais longa greve da USP, de 116 dias. A paralisação culminou, em setembro, com a concessão de aumento salarial de 5,2% aos servidores.
Fonte: Folha (aqui)
MEUS COMENTÁRIOS:
A que ponto chegamos com a nossa grande universidade paulista.
O Governo do Estado de São Paulo fez todo esforço para que as universidades paulistas criassem novos campi e mais cursos.
Mas esqueceu-se que isso traz aumento nos custos operacionais. Acabou por comprimir ainda mais os recursos, fazendo a USP chegar a 105% de seu orçamento utilizado para pagar salários.
A fonte de recursos é uma porcentagem do ICMS, mas como este imposto pode variar, o orçamento da universidade pode variar também. Assim fica difícil garantir a continuidade das atividades de crescimento da Universidade.
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