Sobre a atual celeuma nas mudanças de padres na Diocese de Limeira
Com as recentes manifestações nos meios de comunicação sobre as alterações de padres na Diocese de Limeira, comecei a questionar sobre o porquê de tanta confusão sobre um tema tão simples e comum no processo de direção de uma Igreja Particular que também é conhecida como Diocese.
Com as recentes manifestações nos meios de comunicação sobre as alterações de padres na Diocese de Limeira, comecei a questionar sobre o porquê de tanta confusão sobre um tema tão simples e comum no processo de direção de uma Igreja Particular que também é conhecida como Diocese.
Nesse rápido texto, pretendo refletir sobre essa questão à luz de dois grandes documentos contemporâneos da Igreja Católica: O Catecismo da Igreja Católica e o Documento de Aparecida.
No Catecismo da Igreja Católica, quando explica sobre o sacramento da Ordem diz claramente que o sacerdote participa das dimensões confiadas por Cristo e que “o dom espiritual que receberam na ordenação prepara-os não para uma missão limitada e restrita, mas para a missão amplíssima e universal da salvação até os confins da Terra, com o espírito pronto para pegar o Evangelho por toda parte”. (CIC, 1565)
O padre tem o objetivo de cuidar e evangelizar uma determinada porção de pessoas representadas por uma paróquia e deve assim agir com seu melhor potencial de pai e mestre. Como todo ser humano, alguns padres possuem melhor preparo e carisma que outros, já que homem nenhum é perfeito e o único homem perfeito que conosco esteve, foi crucificado a mais de 2000 anos atrás. Atualmente, muitos bispos têm mudado de tempos em tempos os padres de paróquia, pois como um padre uma vez me disse: “se o padre é bom, outras comunidades devem ter o direito vivenciar essa experiência, e se o padre não é tão bom, ele também tem o direito de melhorar renovando sua atuação em outra comunidade.
Com murmúrios sobre essas mudanças, muitos membros de comunidades não têm aceitado e reclamado contra. Mas há formas e formas de se buscar essa participação. A Igreja possui meios de participação do leigo (cristão que não exerce o sacerdócio) na sua direção. Estes espaços ainda têm o que melhorar, mas já evoluiu bastante nos últimos anos. Não é gritando nas rádios que vamos progredir. Isso serve mais para denegrir do que para construir!
Assim como uma família abriu mão de um filho amado para servir como sacerdote à causa do Reino até os confins da terra, uma comunidade também deve saber repartir com outras comunidades os bons padres que a Diocese possui. Se agirmos com tamanha mesquinhez e egoísmo, como podemos nos denominar cristãos, já que o próprio Jesus escolheu 12 apóstolos e os enviou para todos os cantos do mundo para evangelizar e anunciar a Boa-Nova?
Atualmente, a nossa Igreja pede para que abramos para o novo, para que sejamos constantemente discípulos-missionários. Ir contra isso, é rejeitar o processo da evangelização.
Com o desejo de que a Igreja se abra ao novo e que seja constantemente missionária, mais importante que consumir tempo e energia defendendo a mesquinhez, essas pessoas deveriam investir melhor seu tempo na busca dos membros que estão afastados da Igreja e que não reconhecem mais Jesus Cristo como caminho, verdade e vida. Como o documento de Aparecida cita que “os leigos também são chamados a participar na Ação Pastoral da Igreja, primeiro com o testemunho de vida, e em segundo lugar com ações no campo da evangelização”. (DA, 211). E faz parte do testemunho de vida saber acolher a todos os sacerdotes e não apenas um ou outro.
Tiago Valentim Georgette
Assessor e ex-coordenador diocesano da Pastoral da Juventude na Diocese de Limeira.
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