Soneto
Luís de Camões
Que poderei do mundo já querer,
Que naquilo em que pus tamanho amor,
Não vi senão desgosto e desamor,
E morte, enfim - que mais não pode ser!
Pois Vida me não faria de viver,
Pois já sei que não mata grande dor,
Se há i cousa que mágoa dê maior,
Eu a verei; que tudo posso ver.
A morte, a meu pesar, me asseguriu
De quanto mal me vinha já perdi
O que perder o medo me ensinou.
Na vida desamor somente vi,
Na morte a grande dor me ficou:
Parece que para isto só nasci!
Que naquilo em que pus tamanho amor,
Não vi senão desgosto e desamor,
E morte, enfim - que mais não pode ser!
Pois Vida me não faria de viver,
Pois já sei que não mata grande dor,
Se há i cousa que mágoa dê maior,
Eu a verei; que tudo posso ver.
A morte, a meu pesar, me asseguriu
De quanto mal me vinha já perdi
O que perder o medo me ensinou.
Na vida desamor somente vi,
Na morte a grande dor me ficou:
Parece que para isto só nasci!
Com esse lindo soneto, o estadão de 19/07/1973 preencheu o espaço de uma notícia sobre o retorno do cantor Geraldo Vandré do exílio na Europa.
Clicando aqui, você pode ver todas as notícias que foram censuradas pelo Governo Militar.
É uma boa lição do que foi aquele período e do cuidado que devemos ter para que isso não ocorra novamente.
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