Secretário de Meio Ambiente cogitou projeto, mas não avançou na proposta.
Limeira produz cerca de 4,8 mil toneladas de lixo doméstico por mês. Deste total, cerca de 50%, ou seja, 2,4 mil toneladas, é de materiais recicláveis. Porém, nem todo o lixo reciclável pode hoje ser aproveitado. Em média, 473 toneladas acabam passando pelo processo de reciclagem, ou seja, só 19,7% do lixo passível de reciclagem chegam de fato à destinação ideal, sem ser lançado no aterro sanitário junto aos resíduos orgânicos.
De acordo com o diretor da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Tiago Valentim Georgette, esse total contabiliza apenas os materiais recicláveis coletados por cooperativas, associações e ecocoletores do município, por meio de projetos com finalidade social, que têm suporte da prefeitura. O número tende a ser maior, se considerado o total coletado por empresas recicladoras.
No ano passado, o secretário da pasta, Alquermes Valvasori, havia cogitado um novo projeto de coleta seletiva para o município, com a prestação do serviço por uma empresa terceirizada, que passaria com caminhões nas ruas. Porém, segundo Georgette, o projeto não chegou a ser elaborado, devido à legislação vigente no País. "A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010, determina que a coleta seletiva deve ser trabalhada junto com os coletores".
Porém, a coleta de recicláveis não é feita por completo no município e ainda não existe uma previsão para que seja feita em dias específicos da semana, por exemplo, às segundas e quartas em alguns bairros e às terças e quintas em outros, a exemplo do que é feito em outras cidades. Com o modelo de coleta adotado pelo município, os coletores ainda não chegam a todos os bairros e aí, o material que poderia ser reciclável, vai direto para o caminhão de lixo, junto ao lixo orgânico.
"Além disso, também falta uma consciência maior da população para a separação do lixo reciclável", diz o diretor. "O que vemos é que ainda impera no Brasil a ideia de que a responsabilidade da gestão de resíduos sólidos é só da prefeitura, quando na verdade, é de toda a sociedade, conforme estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos". Georgette explica que ações pontuais como palestras, oficinas e atividades com escolas são realizadas, visando a conscientização da população para a importância da separação do lixo. Porém, ainda não existe na cidade um programa amplo de conscientização para a separação de orgânicos e recicláveis.
O diretor admite que ainda é preciso uma fiscalização maior em alguns prédios e condomínios da cidade por exemplo, que colocam na rua o lixo orgânico e reciclável juntos. "Ainda é preciso ampliar a fiscalização. Quando está na rua, o lixo é recolhido junto pelo caminhão e depois que vai para o aterro, nada mais pode ser feito. A lei proíbe a recolhimento no local. Se tiver, por exemplo, um saco só com latinhas lá, ninguém pode pegar".
Georgette explica que o que existe é somente uma parceria que alguns prédios estabelecem com os ecocoletores, para evitar a destinação errada de materiais já separados pelos moradores.
NORMATIZAÇÃO
O secretário de serviços públicos, Marcelo Coghi, participou anteontem da primeira reunião sobre a normatização dos resíduos sólidos, que será estabelecida para 46 municípios pela ARES-PCJ (Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí).
Segundo o secretário, serão feitas novas reuniões, com o objetivo de levantar a realidade dos municípios para que, posteriormente, sejam estabelecidas as normas, semelhante ao que já é feito com o sistema de tratamento de água e esgoto. "A questão da água funciona muito bem com o acompanhamento da agência reguladora", diz o secretário.
Por meio de questionários, cada prefeitura terá que responder como trata os resíduos sólidos. "Até o final de 2015 ou início de 2016, as cidades terão de cumprir as novas normas. A normatização vai ser desde a coleta até a destinação final dos resíduos", explica Coghi.
Fonte: Jornal de Limeira (aqui)
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