quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Informalidade 'congela' setor de joias



Sindicalista diz que peças da China têm alto índice de produto cancerígeno

A informalidade "congelou" o crescimento do mercado de joias em Limeira neste ano. Segundo a diretora executiva do Sindjoias (Sindicato das Indústrias de Joias Folheadas de Limeira), Maria Zely Medeiros Abreu, a situação é resultado de produções independentes e sem controle de qualidade, que montam e comercializam peças importadas da China. Esses materiais teriam em sua composição até 75% de cádmio, elemento cancerígeno.

Segundo dados do sindicato, hoje há 850 empresas regulares em Limeira, do ramo de galvanoplastia, indústria, entre outros. Este número chega a 1.090 se contadas as prestadoras de serviço nessa área. O sindicato não tem número de fábricas irregulares. De acordo com o sindicato, muitas pessoas trabalham individualmente.
Quanto à informalidade, a diretora do Sindjoias explica que este tipo de competitividade dentro da cidade (entre empresários e profissionais informais), está levando empresas a fazer esforço para não demitir. "Esse ano ainda não houve um número alto de demissões, mas o nosso medo é se este comportamento permanecer", explica.

As expectativas para 2015 também não são das mais promissoras. A diretora explica que a instabilidade política está impactando na desorganização da indústria. Além disso, ela afirma que a falta de chuvas também deverá trazer resultados negativos. "O banho das joias necessita de água. Além disso, a estiagem também traz pontos negativos para nossa economia, impactando na agricultura e, por tabela, na indústria em geral", comenta.

MEDIDAS

Para afastar os problemas e tentar lutar contra a estagnação, Maria Zely aposta na regulamentação do cádmio, que deverá ser prevista pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). "Em Limeira, a gente tenta lutar para que não entre este tipo de produto. Afinal, nossas peças são conhecidas pela qualidade, adornos especiais aprendidos em cursos no Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e por não chegarem a 0,5% de cádmio, uma quantidade aceita pela única legislação vigente que existe no mundo, que é a europeia", explica.

Outra situação alertada por Maria Zely é que, além da comercialização, as peças da China comercializadas informalmente também levam os 75% de cádmio aos afluentes, quando são descartados irregularmente. "Este tipo de coisa é completamente tóxica e contra a proteção à natureza", diz.

Ela afirma que o Sindjoias está também, apesar do crescimento limitado das empresas de joias, lutando pelo reajuste salarial dos trabalhadores, além do pedido para que não haja demissões. "Este ano, tivemos um aumento real justo, considerando a situação das indústrias. Temos que lutar, pois este é o setor que mais contribui para a empregabilidade em Limeira", fala.

Fonte: Jornal de Limeira (aqui)

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