sexta-feira, 23 de julho de 2010

Selvageria ambiental em Limeira.


Retirada de árvores revolta moradores

O aposentado Narciso de Lima, de 71 anos, foi um dos primeiros moradores do Jardim Presidente Dutra a dar início ao plantio de árvores frutíferas no canteiro que divide a Via Luiz Varga, nas proximidades do prédio do Centro da Ciência. Residente na avenida há 43 anos, o aposentado já colheu muitos frutos no local. Na manhã de ontem, porém, ele acompanhou de perto uma cena desoladora.
Muitas das espécies plantadas por ele foram removidas por funcionários da empresa Forty, que presta serviço de limpeza à prefeitura. Além da sujeira e do mato, mangueiras, goiabeiras e pés de jaca foram retiradas da área sem aviso prévio. "Para mim, cortar árvore é a mesma coisa que cometer um assassinato", disse à reportagem Lima, em tom de indignação.

Conforme ele, o canteiro estava há mais de seis meses sem manutenção. No entanto, algumas árvores tinham mais de 20 anos que estavam no local. "Quanto à limpeza, eu concordo. Poderiam, porém, deixar as árvores, já que elas não atrapalhavam ninguém e sempre davam ótimos frutos", comenta.
A reportagem foi até o local, na tarde de ontem, e constatou o corte das espécies. Ao entrar em contato com a prefeitura, o secretário de Meio Ambiente, Domingos Furgione Filho, alegou que a remoção das árvores foi necessária para não comprometer a segurança local.

Além disso, o secretário disse que algumas espécies retiradas - como as Leucenas e os Pingos de Ouro - tiveram que ser removidas, pois estavam servindo de refúgio e esconderijo de bandidos e traficantes. "Não somos contra o plantio de árvores, mas temos que levar em consideração que é proibido plantar em locais públicos e que essas árvores estavam atrapalhando a visibilidade de motoristas e comprometendo a iluminação", justifica. No local, porém, ele promete que será feita uma revitalização do canteiro, com limpeza, remoção da sujeira e colocação de grama.
Apesar das mudanças, o aposentado Lima ainda se sente lesado e diz que sentirá falta da sombra e das frutas que colhia em frente de sua casa. "Para mim, ainda continua sendo um desrespeito contra nós e ao meio ambiente", define o morador.

Fonte: Jornal de Limeira (aqui)

Meus comentários:

Estarrecedor!

Esse é o único comentário que se pode fazer depois de ler uma notícia como essa. Limeira caminha na contramão do processo de recuperação ambiental.

Enquanto todos lutam para reflorestar, recuperar áreas perdidas e degradadas, apenas a nossa cidade arranca as árvores para plantar grama...

Por que, ao invés de sair cortando as árvores, a Prefeitura não inicia um projeto de Educação Ambiental, onde a população seja envolvida no processo e possa fazer o plantio de árvores adequadamente?

Se tivéssemos uma Secretaria de Meio Ambiente que buscasse cuidar da questão ambiental de Limeira e não apenas em melhorar os eventos no Horto, poderíamos estar agora comemorando boas ações e não lamentando truculência!


Depois, os burocratas de nossa cidade reclamam do excesso de ações iniciadas pelo Ministério Público. Se não forem eles para trazer um pouco de alívio, estaríamos totalmente desprotegidos. Dr. Massom, ajude-nos...

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