Angela Lacerda - O Estado de S.Paulo
Operário que ficar no emprego por 12 anos ganha escritura de residência de 49 m²
A dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para o complexo portuário de Suape, em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco, começa a gerar dividendos extras para a parcela de trabalhadores já capacitada no Estado. Para enfrentar disputa e evitar o eventual assédio de outras empresas a seus funcionários, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) está investindo R$ 75 milhões em um programa habitacional que poderá realizar o sonho da casa própria para 1.328 de seus 4 mil empregados.
As casas serão distribuídas aos funcionários contemplados em um sorteio. Eles vão morar de graça em um condomínio projetado em um terreno de 71 hectares, localizado a 20 minutos do estaleiro. Depois de 12 anos de serviço no EAS, os contemplados vão receber a escritura definitiva do imóvel.
O programa beneficia trabalhadores como Agrício Pereira de Morais, de 28 anos. Casado há sete anos, pai de uma filha, ele ainda mora com os pais, no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. Morais é um dos primeiros 648 beneficiados que deverão se mudar para a casa nova até o fim deste ano. As outras 680 residências serão sorteadas no segundo semestre e entregues em 2011.
Incentivo. Um protótipo da casa de 49,5 metros quadrados (limite de área isenta de IPTU), com sala, dois quartos, banheiro, cozinha, jardim, garagem e quintal, atiça o desejo dos trabalhadores que ainda esperam pelo novo sorteio, que inclui principalmente os operários da área de produção e os que recebem salários mais baixos.
"É uma vitória, representa a minha independência pessoal e profissional", afirma Morais, que entrou no EAS há dois anos como soldador e já ascendeu a líder de grupo. "Estou aproveitando a oportunidade de crescer", conta ele, que antes ganhava a vida como pintor automotivo em uma oficina de carro.
Em 2007, soube do projeto de reforço de escolaridade fruto de parceria do Sistema Social da Indústria (Sesi-PE), prefeituras metropolitanas e governo do Estado. Inscreveu-se no município do Cabo de Santo Agostinho, passou e foi chamado para fazer curso de solda no Senai. Contratado, antes de assumir a função fez curso de soldador por mais dois meses, no centro de treinamento montado pelo estaleiro.
Elza Patrícia Dornelas Monteiro, 30 anos, mãe solteira de um filho, chora toda vez que fala do "meu primeiro emprego" e da "minha casa própria". Antes, fazia faxinas e lavava roupa para sustentar o filho. Seguiu um caminho comum à maioria: reforço de escolaridade e depois no curso no Senai. Escolheu solda e pintura. Foi selecionada pelo EAS para ser soldadora, mas se adaptou melhor como operadora de ponte rolante.
Muitas vezes sem dinheiro para pagar a passagem de ônibus enquanto frequentava o curso, ela se emociona ao falar na sua qualificação, na carteira assinada, no plano de saúde e na expectativa de um futuro melhor para o filho.
De acordo com o presidente do EAS, Angelo Bellelis, a construção do condomínio habitacional era prevista desde o projeto inicial da empresa e tem duas vertentes: "Ajuda a população a ter moradia digna ao mesmo tempo em que fideliza a mão de obra."
O estaleiro investiu até agora R$ 15,5 milhões em qualificação - R$ 3,5 milhões no centro de treinamento, que depois poderá ser utilizado pelo governo estadual, e R$ 12 milhões na capacitação de 3 mil empregados.
Investimentos. "O estaleiro veio para ficar por muitos e muitos anos", afirma o presidente da empresa, ao destacar que o sorteio das casas é também uma medida preventiva, para evitar que outras empresas que chegarem ao porto de Suape levem sua mão de obra qualificada. Quanto à chegada de outros estaleiros, ele não demonstra temor: "A concorrência é salutar."
Os investimentos do EAS são da ordem de R$ 1,8 bilhão. A empresa venceu licitação da Transpetro - subsidiária da Petrobrás - para construir 22 navios petroleiros. O primeiro, um Suezmax, inaugurado com a presença do presidente Lula, no mês passado, vai iniciar sua operação ainda neste ano.
A dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para o complexo portuário de Suape, em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco, começa a gerar dividendos extras para a parcela de trabalhadores já capacitada no Estado. Para enfrentar disputa e evitar o eventual assédio de outras empresas a seus funcionários, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) está investindo R$ 75 milhões em um programa habitacional que poderá realizar o sonho da casa própria para 1.328 de seus 4 mil empregados.
As casas serão distribuídas aos funcionários contemplados em um sorteio. Eles vão morar de graça em um condomínio projetado em um terreno de 71 hectares, localizado a 20 minutos do estaleiro. Depois de 12 anos de serviço no EAS, os contemplados vão receber a escritura definitiva do imóvel.
O programa beneficia trabalhadores como Agrício Pereira de Morais, de 28 anos. Casado há sete anos, pai de uma filha, ele ainda mora com os pais, no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. Morais é um dos primeiros 648 beneficiados que deverão se mudar para a casa nova até o fim deste ano. As outras 680 residências serão sorteadas no segundo semestre e entregues em 2011.
Incentivo. Um protótipo da casa de 49,5 metros quadrados (limite de área isenta de IPTU), com sala, dois quartos, banheiro, cozinha, jardim, garagem e quintal, atiça o desejo dos trabalhadores que ainda esperam pelo novo sorteio, que inclui principalmente os operários da área de produção e os que recebem salários mais baixos.
"É uma vitória, representa a minha independência pessoal e profissional", afirma Morais, que entrou no EAS há dois anos como soldador e já ascendeu a líder de grupo. "Estou aproveitando a oportunidade de crescer", conta ele, que antes ganhava a vida como pintor automotivo em uma oficina de carro.
Em 2007, soube do projeto de reforço de escolaridade fruto de parceria do Sistema Social da Indústria (Sesi-PE), prefeituras metropolitanas e governo do Estado. Inscreveu-se no município do Cabo de Santo Agostinho, passou e foi chamado para fazer curso de solda no Senai. Contratado, antes de assumir a função fez curso de soldador por mais dois meses, no centro de treinamento montado pelo estaleiro.
Elza Patrícia Dornelas Monteiro, 30 anos, mãe solteira de um filho, chora toda vez que fala do "meu primeiro emprego" e da "minha casa própria". Antes, fazia faxinas e lavava roupa para sustentar o filho. Seguiu um caminho comum à maioria: reforço de escolaridade e depois no curso no Senai. Escolheu solda e pintura. Foi selecionada pelo EAS para ser soldadora, mas se adaptou melhor como operadora de ponte rolante.
Muitas vezes sem dinheiro para pagar a passagem de ônibus enquanto frequentava o curso, ela se emociona ao falar na sua qualificação, na carteira assinada, no plano de saúde e na expectativa de um futuro melhor para o filho.
De acordo com o presidente do EAS, Angelo Bellelis, a construção do condomínio habitacional era prevista desde o projeto inicial da empresa e tem duas vertentes: "Ajuda a população a ter moradia digna ao mesmo tempo em que fideliza a mão de obra."
O estaleiro investiu até agora R$ 15,5 milhões em qualificação - R$ 3,5 milhões no centro de treinamento, que depois poderá ser utilizado pelo governo estadual, e R$ 12 milhões na capacitação de 3 mil empregados.
Investimentos. "O estaleiro veio para ficar por muitos e muitos anos", afirma o presidente da empresa, ao destacar que o sorteio das casas é também uma medida preventiva, para evitar que outras empresas que chegarem ao porto de Suape levem sua mão de obra qualificada. Quanto à chegada de outros estaleiros, ele não demonstra temor: "A concorrência é salutar."
Os investimentos do EAS são da ordem de R$ 1,8 bilhão. A empresa venceu licitação da Transpetro - subsidiária da Petrobrás - para construir 22 navios petroleiros. O primeiro, um Suezmax, inaugurado com a presença do presidente Lula, no mês passado, vai iniciar sua operação ainda neste ano.
Fonte: Estadão (clique aqui)
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