Notificação expedida em 9 de maio, desautoriza pousos e decolagens no Aeródromo Municipal
Rafael Sereno
Pilotos estão desautorizados a fazer pousos e decolagens no Aeródromo Municipal de Limeira. Com a medida, somado ao fato de o futuro aeroporto municipal ainda estar em fase de obras, o município ficou sem espaço autorizado para operações aéreas.
Ontem, um integrante da Associação Limeirense de Aviação Leve (Alal) entrou em contato com a Academia da Força Aérea (AFA) em Pirassununga, para fazer um plano de voo rumo ao sul do País. Em toda viagem de longa distância, os pilotos informam destino, escalas, número de passageiros, entre outras informações, para que o voo possa ser liberado com segurança no espaço aéreo e seja monitorado.
No entanto, o piloto foi informado de que o aeródromo de Limeira não está mais autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para pousos e decolagens. Integrantes da associação começaram a checar dados. De acordo com Tadeu Benedito Leme, piloto desportivo e membro da Alal, informações obtidas na AFA e no Comando Aéreo Regional (Comar), confirmaram a inutilização do aeródromo.
No último dia 9 de maio, às 20h38, foi expedida a Notam F1079/011 para o local SDYM (sigla aeronáutica pela qual o aeródromo de Limeira é conhecido). A Notam é uma sigla para “Notice to Airmen” (Alerta para Pilotos). É um aviso com informações aeronáuticas de interesse direto e imediato para segurança da navegação aérea, divulgado para todo os países.
Conforme informado pela AFA a membros da associação, trata-se de uma Notam permanente, que desautoriza pousos e decolagens a partir do aeródromo limeirense. Leme lembra que a cidade perde com a desativação do local sem alternativa para pousos e decolagens. “A pista já foi utilizada por aeronaves que desceram com pacientes para serem transportados à Unidade de Tratamento de Queimaduras da Santa Casa. Empresários também a utilizam”, enfatiza.
Leme diz que os pilotos não se opõem à desativação do aeródromo e à ida ao futuro aeroporto, em construção próximo à Rodovia Engenheiro João Tosello (Limeira-Mogi Mirim). No entanto, o novo local precisa ter estrutura. “Tem que haver os hangares e o mínimo de segurança”, reforçou. Procurada, a Anac informou que não conseguiria confirmar as informações ontem, devendo se pronunciar hoje.
PEDIDO DA PREFEITURA
A Secretaria Municipal de Comunicações informou que foi o próprio Município quem solicitou à Anac a revogação do aeródromo. “A Prefeitura aguarda notificação por meio do Diário Oficial da União, para também notificar os usuários do local”.
Desde que assumiu a administração do aeródromo em 2009, após convênio com a Anac, o Município trabalha pela desativação do local. Em 2010, após várias tentativas, conseguiu ordem judicial para que o Aeroclube de Limeira desocupasse galpões.
Neste ano, o prefeito Silvio Félix encaminhou à Câmara Municipal projeto de lei que pede a autorização para vender as terras para a iniciativa privada. A intenção é de que a área, avaliada em R$ 14 milhões, seja destinada para loteamento.
Em relação ao novo aeroporto, em março a Prefeitura abriu licitação para obras de pavimentação. Estão previstas uma pista para pousos e decolagens e uma para taxiamento das aeronaves, além de sistema de drenagem e áreas de contenção. O Município espera gastar entre R$ 11 milhões e R$ 15 milhões nesta etapa.
Fonte: Gazeta de Limeira (aqui)
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