terça-feira, 26 de dezembro de 2017

DELÍRIOS DE UMA CIVILIZAÇÃO


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A terra gruda nos sapatos, suja os assoalhos e incomoda as pessoas da cidade, que querem tudo limpinho e se defendem contra a “sujeira”, asfaltando ruas e estradas e usando automóveis, para não pisar no barro.

A terra produz os alimentos e as colheitas comerciais como café, açúcar, cacau, algodão, chá-da-índia, guaraná e cana para o álcool-combustível, fibras como sisal e juta, óleos como o de mamona, babaçu e dendê e látex, e condimentos como pimenta-do-reino, cravo, canela e louro. Armazena água nos seus poros para as plantas e, em depósitos profundos, para as fontes e nascentes dos rios e das represas das usinas hidrelétricas.

A terra forma o nosso corpo, saúde e inteligência. Não porque a Bíblia conte que o homem foi feito de barro, mas porque um óvulo fecundado nunca formaria um corpo de nada. Ele fornece somente o padrão genético segundo o qual se forma o ser vivo. Mas o corpo é construído de minerais. E estes as plantas retiram da terra e os fornecem a todos os viventes. Do corpo decomposto ou cremado resta somente um punhado de cinza, mineral.

Antigamente, nós a chamávamos, com carinho de Mãe Terra, porque dela nasce e a ela volta o homem. E nos orgulhávamos de ser filhos da terra porque o que somos, os somos por ela. Em terra sadia e forte, seremos fortes, sadios, dinâmicos e inteligentes. Mas quanto ela é exausta, decaída, doente e devastada, nós, seus filhos, somos fracos, doentes e indolentes.

Jecas-tatus. Estudamos muito para descobrir por que a inteligência da juventude decresce e os currículos escolares têm de ser cada vez mais facilitados. Destruímos a alma no barulho e nas drogas e destruímos o corpo com alimentação biologicamente incompleta e condimentada por resíduos tóxicos. Depois nos admiramos de que o circuito alma-cérebro não funcione mais. É a terra, portanto, que nos faz progredir ou cair na miséria, sentir bem-estar ou nos arruinarmos, sermos poderosos e gloriosos ou submissos e escravos.

Lembram-se dos povos que sumiram da história? Dos sumérios, egípcios, etruscos, gregos, romanos, incas, astecas, mongóis e hunos? Foram arrasados porque se esqueceram dos campos. Um grande presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, disse: “Destruam as cidades e conservem os campos, que as cidades ressurgirão. Destruam os campos e conservem as cidades, e estas, sucumbirão”. Cidades vivem do campo. Não adianta. É a terra que as mantêm.

Quando a terra era jovem, vigorosa e virgem, uma vegetação exuberante a cobria e flores a enfeitavam. As árvores lhe davam sombra e as plantas, com suas raízes, a abraçavam carinhosamente e estendiam macia manta de folhas. Estava abrigada e protegida, zelada e amada. O sol a beijava furtivamente e a água da chuva a acariciava em suave deslizar. Era tudo festa.

E viemos nós, homens, em busca de alimentos. Ela podia dar e estava ansiosa para ajudar-nos. Tomava-nos por amigos e quis se entregar, como esposa dedicada. Mas nós não entendemos. Não quisemos amizade nem dedicação. Quisemos explorá-la, dominar e violar, estupidamente. Quisemos enriquecer rapidamente. E a arruinamos. Agora ela é fraca, doente, estragada, prostituta que todas usam e pela qual ninguém zela.

Sua pele macia se tornou incrustada, dura e rachada. Sulcos profundos marcaram sua face, cavados pelas lágrimas que a chuva lhe emprestou. Nós que sempre achamos uma palavra “científica” para explicar, chamamos a isso “erosão”. Chagas a cobrem como feridas de lepra, e nós as chamamos de “voçorocas”. Perdeu sua beleza, saúde e fertilidade. Não pode mais gerar colheitas fartas e nutritivas - mas somente esses pingos de safra, sem sabor e sem valor para a vida.

As plantas que cultivamos não formam mais unidade com a terra, não são mais “ecótipos”, como nós dizemos, não se adaptam ao que ela pode oferecer. Criamos plantas estranhas, muito estranhas, de hábitos exóticos. Embora ainda se chamem milho, arroz, algodão ou cana-de-açúcar, não pode mais usar o que a terra oferece, nem se satisfazer com o que ela pode dar. Não é mais mãe, mas simplesmente suporte. Temos de “adaptá-la” às nossas culturas, que não são mais amigas, e sim orgulhosas, desinteressadas, até hostis.

E nos orgulhamos de nosso trabalho genético e de nossos híbridos. Até as chamamos de HRV, ou variedades de alta resposta. Variedades que, na verdade, apenas suportam elevadas quantidades de adubos. A terra que, rindo, dava colheitas fartas, de repente não presta mais. É coberta com quantidades excessivas de calcário e salgada com adubos ácidos e agressivos. É compactada com máquinas pesadas e deixada nua, exposta ao sol abrasador e ao impacto de chuvas violentas. Banhada com fedorentos venenos as plantas amigas não nascem mais. Justo as que queriam curar suas feridas, revigorar sua vida e equilibrar os nutrientes. Mas nós, homens, não permitimos.

Quem quer bem à terra, nós perseguimos. A terra sente calor. Sua temperatura raramente fica abaixo de 42ºC, o que é demais para ela. Anda a até 85ºC. Ao invés de cultivar plantas, parece que pretendemos assá-las. Água quente, as plantas não conseguem beber. E a água que a terra guardou para elas o sol faz evaporar e o vento leva; numa folia louca – e o vento veio após a derrubada da mata.

A mata foi o termostato da natureza. Atraía a chuva. Agora, não há mais o que a atraia. Só chove quando as nuvens ficam muito pesadas. Aguaceiros. A terra não pode se defender contra sua força. A água, em lugar de entrar suavemente pelos seus poros, agora escorre. Dá enchente e depois vem a seca.

Terra quente não atrai chuva. Aquece o ar que sobe a até 80 quilômetros por hora, empurrando as nuvens para cima. Muitas vezes, esse ar quente arranca e leva a terra consigo para longe. E nós arrumamos outro nome para isso: “erosão eólica”.

Deus programou a terra para produzir plantas e grãos, árvores e frutas, ervas e essências. No seio da terra, a força divina programou a vida de maneira sábia e perfeita, com bactérias, fungos, pequenos animais, minhocas, zeladores do vigor da vida. Eles decompõem tudo que é fraco, doente, velho ou morto.

Mas toda essa vida rica e diversificada não existe mais. Nós não sabíamos? Parece que nunca sabemos o que estamos fazendo! A vida dependia de sua grande diversificação. E a comida da terra eram plantas mortas, matéria orgânica. Agora, criamos somente algumas espécies. Culturas de um único tipo de plantas, monoculturas que criam uma monovida, de uma ou duas espécies. E estas, mais cedo ou mais tarde, atacam as culturas, que defendemos com venenos.

Essa vida estranha cresce no seio da terra. Uma vida hostil, que não serve para nada, a não ser para ela mesma. Onde está o equilíbrio, a atividade fervilhante, colorida? Era uma luta de todos contra todos, mas a vida vigorosa sempre ganhava. Agora, ninguém luta mais contra ninguém, porque é uma vida uniformizada, monótona, que ataca suas culturas uniformizadas, monótonas e mal nutridas. Nas cadeias alimentícias, cada um era presa e predador. Hoje, dizemos que “falta o inimigo natural”. Nunca ninguém foi inimigo no seio da terra. Ou nós somos inimigos dos frangos, porcos e bois? Nós os criamos para comê-los, mas inimigos não são.

Quebramos as cadeias alimentícias e, assim, criamos pestes e pragas. É admirável, quantos insetos e fungos são capazes de mudar seus hábitos e viver de plantas vivas – mas não tão vivas… Se o fossem, ninguém poderia atacá-las. São suscetíveis. Você não pega gripe ou tuberculose se não é suscetível. Pessoa forte, bem alimentada, bem nutrida, não pega doenças. E nas plantas não é diferente. A terra fornecia até 32 nutrientes para cada planta. Nós damos somente quatro, no máximo seis nutrientes. E nossas plantas não conseguem nada do seio da terra, porque nós fabricamos uma laje bem dura, em 12 ou 15 centímetros de profundidade, que as raízes não podem ultrapassar. Então, são obrigadas a ficar bem perto da superfície e viver só de nossos adubos. E gordas, como bebês criados com mingau, mas fracas, precisam de venenos cada vez mais tóxicos, contra o que restou da vida, e os últimos “inimigos naturais”. Mas assim criam pragas resistentes, porque a natureza tenta adaptar-se. Criam então “inimigos naturais” e os soltam. Mas quem os controlará?

Sempre tentamos “dominar” a natureza e nos esquecemos de que somos somente um fator do ecossistema, uma ínfima parte da natureza somente destruímos. Como diz o poeta Paulo Eiró: “Os homens sonham monumentos, mas só ruínas semeiam para pousada dos ventos!”

Não conhecemos nem nosso próprio organismo. E a terra é um mecanismo mais complicado. Usamos relógios ou carros, mas poucos sabemos como funcionam, também a terra, poucos sabemos como funciona. Estudamos fator por fator, mas quando desmontamos tudo não sabemos mais montar. Esperamos que todos os fatores sejam como peças numa prateleira. Mas não existe coisa nenhuma totalmente isolada neste mundo.

A terra é um organismo, um conjunto que tentamos mudar arbitrariamente. Não ganhamos nada com isso. Somente submergimos numa luta desigual contra a natureza. A terra é parte do meio-ambiente. Como nós. E numa luta contra a natureza, esta sempre será mais forte. Achamos que não é verdade, porque nunca o mundo teve tanta gente como hoje. Mas por uma lei natural, cada espécie que se multiplique demasiadamente se auto-extermina, por fome, por degeneração, pela luta de todos contra todos. É como disse Jesus: “Céus e terra desaparecerão, mas minha palavra não desaparecerá”. E a palavra de Deus são de leis segundo as quais tudo funciona, dos átomos às constelações de estrelas, do micróbio ao homem.

A terra está mal. Horrivelmente mal. A água que percorre a terra está carregada de tóxicos e de sais de adubos. Substâncias estranhas que tornam os rios viscosos, mortos, fedorentos. Antiga fonte de vida e fertilidade, os rios, atualmente trazem a morte por onde passam.

Nós pensamos que se ela, a terra, estiver arruinada, existe ainda a saída para o mar. E como podemos esquecer que a vida no mar depende da vida na terra? O mar não é um pote cheio de peixes, mas um imenso deserto aquático, somente habitado onde chega o húmus da terra. E onde a terra está estragada, o mar é morto.

O que fizemos da terra “mãe gentil” agora tornada campo de batalha? E ela é ainda responsável por nossos filhos. A terra que estragamos não é nossa, mas apenas emprestada de nossos filhos…

Da terra dependemos nós e nossos descendentes – sua vida ou morte. Com a terra luta toda a natureza. Se um embaixador chega a um país, ele é tão forte como a nação que representa. E a terra representa a natureza, o universo, a vontade de Deus. Poder ser a amiga que leva ao progresso e ao bem estar. Mas se a maltratarmos, a natureza nos destrói.

Ana Primavesi

Fonte: Fanpage da autora (aqui)

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

30.11.2017 - Destaques do ano são premiados pelo Consórcio PCJ em Seminário de Avaliação do Projeto Gota d’água



O Consórcio PCJ apresentou no dia 30 de novembro, durante o Seminário de Avaliação do Projeto “Gota d’Água”, realizado no Museu da Água, em Indaiatuba (SP), com a presença do Presidente da entidade e prefeito de Nova Odessa (SP), Benjamim Bill Vieira de Souza. Esse ano, os municípios participantes tiveram de produzir vídeos com o tema do projeto que é “Compartilhando Caminhos para Brasília 2018”, com objetivo de engajar as pessoas a participar do 8º Fórum Mundial da Água.

Foram eleitos cinco vídeos como “Destaques do Ano” e outros cinco receberam Menção Honrosa. Entre os destaques uma banca formada por técnicos da área elegeu o melhor vídeo que recebeu o prêmio “Sua Gota Faz a Diferença” e uma vaga na comitiva do Consórcio PCJ para o Fórum Mundial da Água, em Brasília (DF).

No total, 40 municípios participaram do Projeto Gota d’Água 2017 e destes, 20 se inscreveram na premiação. Como “Destaques do Ano” foram selecionados pela Comissão Interna do Consórcio PCJ: Artur Nogueira, Campinas, Indaituba, Limeira e Nova Odessa. Receberam Menção Honrosa, os vídeos das cidades de: Cosmópolis, Holambra, Louveira, Vinhedo e Sanasa/Campinas.

Cada um dos Destaques pôde realizar apresentação de cinco minutos para defender seus vídeos e projetos para a Banca do Seminário de Avaliação, que foi composta pela professora doutora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Adriana Braga, pesquisadora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Luciana Fernandes, e pelo consultor e coordenador da Câmara Técnica de Educação Ambiental dos Comitês PCJ, Tiago Georgetti.

O município de Arthur Nogueira foi eleito pela Banca como o melhor vídeo entre as cinco produções e levou o troféu “Sua Gota faz a Diferença” e de quebra ganhou uma vaga na comitiva do Consórcio PCJ para o 8º Fórum Mundial da Água, com direito passagem, hospedagem e participar de todos os dias no evento.

O vídeo de Arthur Nogueira destacou a importância da água e os projetos que o município está realizando pela conscientização e sensibilização da comunidade.

“O desafio foi unir todas as atividades que nós conseguimos desenvolver durante o ano, já que envolvemos todas as escolas municipais, que somam um total de 23, desde creches e escolas de educação infantil e ensino fundamental, mas também, porque conseguimos engajar a sociedade”, disse Elaine Boer, secretária de educação de Artur Nogueira.

O Presidente do Consórcio PCJ destacou o trabalho relevante do Programa de Educação e Sensibilização Ambiental da entidade, pontuando sobre o trabalho junto às crianças na busca pela sustentabilidade hídrica. “O futuro da disponibilidade da água passa pela conscientização de que esse precioso liquido é vital e finita”, comentou Bill.

Ele ainda mencionou a importância da busca de soluções e troca de experiências, ao abordar sua viagem para Israel, no mês de setembro. Bill também destacou a aprovação em Nova Odessa, na início desse semana, de duas leis do pacote de combate às enchentes e preservação dos recursos hídricos. As leis, que já foram aprovadas na Câmara e publicadas na última terça-feira, 28, no Diário Oficial do Município, criam áreas específicas para construção de piscinões e autorizam a elaboração de um plano de macrodrenagem municipal.

A premiação contou também com as presenças do Superintendente do Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Indaiatuba (SAAE), o Eng. Sandro de Almeida Lopes Coral, do vereador do município de Rio Claro e Presidente do Conselho Fiscal do Consórcio PCJ, Júlio Lopes.

Sobre o Projeto Gota d’Água

O Projeto “Semana da Água”, promovido desde 1994 nas Bacias PCJ, foi remodelado pelo Programa de Educação e Sensibilização Ambiental do Consórcio PCJ e passou a fazer parte do “Projeto Gota D’Água: #PreserveCadaGota”, a partir de 2014. A iniciativa pretende intensificar as ações de educação ambiental nas Bacias PCJ que extrapolem a execução das Semanas da Água nos municípios, o que de fato já ocorre na prática. Em 2016, mais de 232 mil pessoas foram atendidas pelo projeto.

Este ano as capacitações tiveram como tema “Compartilhando Caminhos para Brasília 2018” e abordaram sobre a realização do 8º Fórum Mundial da Água, maior evento global sobre o tema, que acontecerá em março de 2018 no Brasil, em Brasília (DF). A expectativa é que em média 200 mil alunos dos municípios associados tenham participado do Projeto.

Fonte: Consórcio PCJ (aqui)

MEUS COMENTÁRIOS:

Limeira mais uma vez esteve entre os destaques com seu Programa de Educação Ambiental, o Programa Escola VerdeAzul.
Parabéns para os educadores e equipe de Educação Ambiental de Limeira.

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27.11.2017 - Destaques do Ano no Projeto Gota d’Água são revelados e eleição do prêmio “Sua Gota faz a Diferença” ocorre no próximo dia 30



O Consórcio PCJ realizará na próxima quinta-feira, dia 30 de novembro, durante o Seminário de Avaliação do Projeto Gota d’Água, promovido pelo Programa de Educação e Sensibilização Ambiental da entidade, a entrega do prêmio “Destaques do ano de 2017” às iniciativas da área de meio ambiente e educação ambiental, promovidas pelos participantes do projeto. O evento acontecerá no Museu da Água, em Indaiatuba (SP), a partir das 9h.

Os participantes este ano tiveram o desafio de enviar para avaliação de uma comissão interna do Consórcio PCJ vídeos de no máximo três minutos que narrassem as atividades realizadas pelos municípios e empresas associados, tendo como base o tema do Projeto Gota d’Água para esse ano: “Compartilhando Caminhos para Brasília 2018”.

Cinco Destaques foram escolhidos e que terão os vídeos apresentados na próxima quinta-feira à uma Comissão julgadora técnica composta por renomados nomes: Massimiliano Lombardo – Oficial de Meio Ambiente Setor de Ciências Naturais da Unesco Brasil, Adriana Braga – Professora e Doutora da UNIFESP e Tiago Georgetti – Consultor e Coordenador da Câmara Técnica de Educação Ambiental dos Comitês PCJ.

Essa Comissão julgadora fará a eleição do melhor vídeo dentre os destaques do ano e concederá o Prêmio “Sua Gota faz a Diferença”. O vencedor ganhará o direito de participar do 8º Fórum Mundial da Água, com direito a passagens, hospedagem e uma credencial para todos os dias no evento.

Acompanhe abaixo os cinco vídeos que foram eleitos pelo Consórcio PCJ como “Destaques do Ano de 2017” do Projeto Gota d’Água: Artur Nogueira, Campinas, Indaiatuba, Limeira e Nova Odessa.

O Consórcio PCJ ainda concederá o título de “Menção Honrosa” aos vídeos e projetos realizados pelos municípios devido à sua qualidade e criatividade, que serão conhecidos durante o Seminário de Avalição no próximo dia 30. Todas as produções do Projeto Gota d’Água serão exibidos no telão do estande do Consórcio PCJ na feira técnica do Fórum Mundial da Água, em Brasília (DF)

Os vídeos de “Destaques do Ano de 2017” já estão postados no Canal do Consórcio PCJ no Youtube ou podem ser acessados no site da entidade em www.agua.org.br no conteúdo dessa mesma reportagem.

Sobre o Projeto Gota d’Água

O Projeto “Semana da Água”, promovido desde 1994 nas Bacias PCJ, foi remodelado pelo Programa de Educação e Sensibilização Ambiental do Consórcio PCJ e passou a fazer parte do “Projeto Gota D’Água: #PreserveCadaGota”, a partir de 2014. A iniciativa pretende intensificar as ações de educação ambiental nas Bacias PCJ que extrapolem a execução das Semanas da Água nos municípios, o que de fato já ocorre na prática. Em 2016, mais de 232 mil pessoas foram atendidas pelo projeto.

Este ano as capacitações tiveram como tema “Compartilhando Caminhos para Brasília 2018” e abordaram sobre a realização do 8º Fórum Mundial da Água, maior evento global sobre o tema, que acontecerá em março de 2018 no Brasil, em Brasília (DF).

Serviço:

Evento: Seminário de Avaliação “Projeto Gota d’Água” do Consórcio PCJ
Local: Museu da Água de Indaiatuba, situado à Rua do Museu, 205, Indaiatuba (SP)
Data e horário: 30/11/2017, a partir das 9h

Fonte: Consórcio PCJ (aqui)

domingo, 19 de novembro de 2017

Encerramento do Projeto Gota D'Água 2017.


Estudo lançado na COP23 indica caminhos para o Brasil zerar o desmatamento na Amazônia

O Grupo de Trabalho (GT) pelo Desmatamento Zero - composto pelas ONGs Greenpeace, Instituto Centro de Vida, Imaflora, Imazon, Instituto Socioambiental, IPAM, TNC e WWF - lançou nesta segunda-feira (13), na COP23, em Bonn, o relatório “Desmatamento zero na Amazônia: como e por que chegar lá”. No estudo, as organizações indicam caminhos para eliminar, no curto prazo, o desmatamento na Amazônia, com benefícios ambientais, econômicos e sociais para todos.

No documento, o GT defende que não há mais justificativas para a destruição da vegetação nativa do Brasil. Continuar desmatando resulta em desequilíbrio do clima, destrói a biodiversidade e os recursos hídricos, traz prejuízos à saúde humana e, ao contrário do que muitos acreditam, compromete a competitividade da produção agropecuária. Em 2016 o desmatamento na Amazônia, sozinho, foi responsável por 26% das emissões domésticas de gases do efeito estufa. Zerar o desmatamento, é portanto, a forma mais rápida e fácil de reduzir emissões e cumprir com o acordo de Paris.  

A boa notícia é que o Brasil já conhece o caminho para o desmatamento zero e sabe como chegar lá. “As medidas implementadas nos últimos anos (2005-2012) derrubaram as taxas de desmatamento na Amazônia em cerca de 70% e indicam que os elementos necessários para atingir o desmatamento zero se encontram presentes”, destaca a publicação.

 “Já sabemos que o fim do desmatamento não limita a produção de alimentos e a geração de riqueza no campo. Também pode ser alcançado sem impactos importantes para a economia do país enquanto continuar desmatando pode gerar grandes prejuízos econômicos, além de causar a destruição da natureza e gerar violência e desigualdade”, afirma Luís Fernando Guedes Pinto, Pesquisador do Imaflora

“O Brasil já sabe o caminho para chegar ao desmatamento zero, mas tem seguido na direção oposta. Temer e o Congresso vêm discutindo e aprovando medidas que incentivam ainda mais desmatamento, grilagem e violência no campo. Caso ações não sejam tomadas urgentemente, o cenário é de permanência de altas taxas de desmatamento na Amazônia”, comenta Cristiane Mazzetti, especialista em Amazônia do Greenpeace Brasil. "O caminho existe, mas é preciso que governos e empresas se comprometam seriamente em  transformar as ações propostas no documento em realidade, eliminando qualquer forma de desmatamento no curto prazo”, complementa. 

“Milhares de pessoas morrem ou adoecem por ano por causa da fumaça das queimadas associadas ao desmatamento. Já sabemos o que fazer para zerar o desmatamento e salvar estas vidas e evitar as doenças. Agora é preciso coragem para agir”, Paulo Barreto, pesquisador sênior do Imazon.

“O fim do desmatamento na Amazônia e a conservação florestal representam atualmente o melhor investimento que a agricultura pode fazer a favor de sua produtividade futura. Florestas são grandes sistemas de irrigação da lavoura. Não é só produzir sem desmatar, mas sim produzir mais e melhor, conservando as florestas da região”, Paulo Moutinho, pesquisador sênio do IPAM. 

A trilha para o desmatamento zero, de acordo com as organizações, envolve diversos setores e passa, necessariamente, por quatro eixos de atuação:

● Implementação de políticas públicas ambientais efetivas e perenes;
● Apoio a usos sustentáveis da floresta e melhores práticas agropecuárias;
● Restrição drástica do mercado para produtos associados a novos desmatamentos;
● Engajamento de eleitores, consumidores e investidores nos esforços de zerar o desmatamento.

Para o GT, mudanças no sistema de produção agropecuária, combate à grilagem de terras públicas, atuação do mercado e estímulo à economia florestal estão entre as ações mais urgentes para zerar o desmatamento, indicados no estudo:

● A agropecuária pode continuar a contribuir para a economia produzindo nas áreas já desmatadas. Só na Amazônia há 10 milhões de hectares de pastagens abandonadas ou mal aproveitadas, que poderiam ser usadas para a ampliação da produção de carne e grãos.

● Em 2016, pelo menos 24% do desmatamento se concentrou em áreas públicas sem destinação. Hoje há 70 milhões de hectares não destinados na Amazônia, que precisam ser convertidos em terras indígenas e unidades de conservação para frear o desmatamento especulativo.

● O estímulo à economia florestal por meio de programas de governo também precisa ser ampliado. A extração de produtos florestais rendeu cerca de R$ 3 bilhões na média de 2015 e 2016, dos quais R$ 1,8 bilhão são oriundos da exploração de madeira e 537 milhões de extração de açaí.

● Promover incentivos positivos para aqueles que conservam florestas além da exigência legal.
● Além de ampliar as ações de comando e controle, que continuam sendo fundamentais, é imprescindível aumentar a eficácia na punição de crimes ambientais.

● O setor privado deve ampliar esforços no monitoramento completo das cadeias produtivas e bloqueio de produtores que desmatam. Neste caminho, a transparência total de dados socioambientais pelos governos é fundamental.

O relatório reforça, ainda, a importância da mobilização da sociedade contra as tentativas recentes de enfraquecer a proteção florestal, como a flexibilização do licenciamento ambiental, a redução da proteção de Unidades de Conservação, a paralisação dos processos de demarcação de Terras Indígenas e a anistia de grilagem de terras públicas - gerando um lucro de R$ 19 bilhões para grileiros. 

Confira o relatório completo aqui.

MAIS INFORMAÇÕES:

Imaflora
Fátima Nunes – MTb 13.100
(11)3815.8162/ 98274.5553

fatima@imaflora.org

Fonte: IMAFLORA (aqui)

Livro Gratuito para Download: Saudades do Brasil: a era JK, fotografia, cinema, video, arqueologia contemporânea


Saudades do Brasil: a era JK, fotografia, cinema, video, arqueologia contemporânea

Sinopse

Os ideais de construção de uma nação desenvolvida, moderna e democrática, somados a um sentimento de esperança e otimismo, consagraram os "anos jK", hoje evocados como tempos dourados.

Revisitar essas lembranças através das imagens produzidas na época não significa uma simples volta saudosista ao passado, em contraposição ao ceticismo e à desesperança hoje sentidos por todos nós.

Pretende-se refletir sobre a construção desse mito dos "bons tempos", revelando não só a simbologia dos valores e ideais da época, mas também as tensões e contradições omitidas pelo poder seletivo da memória.

Buscando nas imagens o suporte dessa reflexão, admite-se o poder da percepção visual como forma de conhecimento.

A imagem, como documento histórico, não ilustra meramente o saber escrito, mas possui uma linguagem específica que traz consigo a própria reconstrução de uma realidade.

Os fragmentos da era jK reconstruídos nessa mostra permitirão que o olhar contemporâneo tenha uma nova visão sobre a história recente de nosso país.

Para fazer o download gratuito, clique aqui.

Fonte: FGV Editora (aqui)

Palestras: Conhecer para Preservar

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sábado, 18 de novembro de 2017

Que Biblioteca!




China inaugura a biblioteca mais espetacular do mundo com 1,2 milhões de livros e o interior é de cortar a respiração

Ninguém gosta de ser observado enquanto lê um livro, mas estamos dispostos a abrir uma excepção se isso significar visitar essa incrível biblioteca na China, porque, como você pode ver abaixo, a incrível estrutura tem um gigante auditório esférico no meio que parece um olho gigante.

Localizada no distrito cultural de Binhai, em Tianjin, a biblioteca de cinco andares, projetada pela empresa de design holandesa MVRDV, em colaboração com o Instituto de Planejamento e Design Urbano de Tianjin (TUPDI) e desde então denominada “O olho de Binhai”, cobre 34 mil metros quadrados e pode armazenar até 1,2 milhões de livros. Com a sua construção demorando apenas 3 anos, a biblioteca possui uma área de leitura no piso térreo, salas de estar nas secções do meio e escritórios, espaços de reunião e salas de informática / áudio no topo.

Nós não temos certeza se daria para estudar lá – nós estaríamos muito ocupados maravilhando-nos com a incrível arquitetura!

Fonte: Site Explicando (aqui)





quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Prefeitura realiza plantio em parceria com Limeira Bike Clube


Prefeitura realiza plantio em parceria com Limeira Bike Clube

A Prefeitura de Limeira, por meio da secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, vai realizar no sábado (11), às 9h,o plantio de uma muda de Ipê Branco (Tabebuia roseoalba) no Anel Viário, próximo ao Parque Cidade. A ação será feita em parceria com o Limeira Bike Clube. O Ipê irá substituir outra árvore da mesma espécie que sofreu diversos ataques e vandalismo até ser totalmente quebrada. “As intervenções em árvores devem ser precedidas pela autorização do Departamento de Licenciamento e Fiscalização. Caso contrário, a ação é passível de multa e pode ser enquadrada como crime ambiental”, explicou o secretário Paulo Trigo.

O Ipê, que sofreu atos de vandalismo, foi plantado pelos integrantes do Limeira Bike Clube. “A árvore simbolizava uma homenagem a um ciclista que pertencia ao grupo e foi vítima de um atropelamento na Rodovia dos Bandeirantes. Solicitamos à secretaria a substituição da árvore e fomos prontamente atendidos”, disse o presidente do Limeira Bike Clube, Francisco José Vieira Cardoso.

Os técnicos da secretaria já estiveram no local do plantio e fizeram a abertura do berço (buraco feito no solo para receber a muda). “A equipe da pasta realiza o preparo do solo que irá receber a muda de Ipê. Também contamos com a ajuda da população para manter a árvore saudável e denunciar casos de vandalismo”, destacou Paulo Trigo.

Fonte: Prefeitura de Limeira (aqui)

MEUS COMENTÁRIOS:

Muito triste saber que a árvore terá que ser replantada.

Primeiro, porque uma árvore foi destruída por um inconsequente e segundo, que esta árvore era a homenagem a um ciclista morto numa fatalidade.

Os membros da Limeira Bike Clube, além de ser um grupo que promovem a mobilidade sustentável, são grandes militantes nas causas sociais e ambientais.

Há diversas mudas que foram plantadas nos últimos anos na área verde ao lado desta área e que eles, voluntariamente, ajudaram na manutenção.

Que essa árvore floresça e viva plenamente!

Parabéns ao Limeira Bike Clube e à Secretaria de Meio Ambiente.

Acervo de Paulo Freire acaba de ser reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.


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O Acervo de Paulo Freire já possui reconhecimento do Conarq e do Programa Memória do Mundo da UNESCO em nível nacional e latino-americano.

Acabamos de receber a notícia de que o acervo de Paulo Freire foi reconhecido também como patrimônio da humanidade!

Ganhamos o prêmio em nível internacional! No momento em que desejam tirar o título de Paulo Freire como patrono da educação brasileira, sua obra é reconhecida como patrimônio da humanidade!

O patrimônio documental do Arquivo Paulo Freire foi aprovado no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO.

O programa Memória do Mundo equivale ao prêmio de Patrimônio Histórico da Humanidade, só que para documentos. A escolha é feita a cada dois anos. Os países submetem seus acervos.

Para acessar o arquivo com todas as nominações da UNESCO por país, clique aqui

Fonte: Portal Diálogos do Sul - Opera Mundi (aqui)

Livro sobre Economia Verde para download gratuito.





Nome do Livro: A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável: a governança dos atores públicos e privados.

Organizador(es): Carina Costa De Oliveira, Rômulo Silveira Da Rocha Sampaio


O Programa em Direito e Meio Ambiente da FGV-Direito Rio-PDMA realizou a Jornada Internacional Preparatória para a Rio + 20, nos dias 24 e 25 de junho de 2011, no Rio de Janeiro. O tema da Jornada, “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável: a governança dos atores públicos e privados”, buscou encorajar, motivar e direcionar a reflexão acadêmica de professores e de outros profissionais com o objetivo de gerar recomendações normativas para as discussões da Conferência Rio + 20, que ocorreu em 2012.

Os temas centrais da Conferência — economia verde e o desenvolvimento sustentável — suscitam o debate por si mesmos. O que seria economia verde? A economia verde deveria ter como objetivo o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza? Mas o que é exatamente o desenvolvimento sustentável? Uma definição mais precisa desses termos será fundamental para que os aplicadores das normas não se ocupem tentando interpretá -los durante todo o século 21.

Para fazer download do arquivo, clique aqui.

Fonte: Portal Editora FGV (aqui)

DAEE retoma licitação para barragens de Pedreira e Duas Pontes, em Amparo



O DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) publicou dia 2 de novembro os editais de licitação para a construção das barragens de Pedreira no Rio Jaguari, e Duas Pontes, no Rio Camanducaia, em Amparo. Os novos reservatórios serão construídos abaixo do complexo Cantareira e têm por objetivo criar uma reserva hídrica estratégica na bacia do Piracicaba, Capivari e Jundiaí que vai permitir aprimorar a operação do Sistema Cantareira, especialmente nas épocas de estiagem.

O Governo do Estado deverá investir cerca de R$ 740 milhões nas obras. A expectativa é iniciá-las no primeiro trimestre de 2018 e concluí-las em 30 meses.

O reservatório de Pedreira ocupará uma área de 4,3 quilômetros quadrados, terá capacidade para acumular 31,9 milhões de metros cúbicos de água e vai permitir uma vazão regularizada de 8,5 mil litros de água por segundo.

O reservatório Duas Pontes deverá ocupar uma área de 8,8 quilômetros quadrados, terá capacidade para 53,4 milhões de metros cúbicos e vai permitir uma vazão regularizada de 8,7 mil litros de água por segundo.

O conjunto vai beneficiar diretamente a mais de 5,5 milhões de habitantes em 22 municípios da região: Amparo, Americana, Arthur Nogueira, Campinas, Campo Limpo, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jaguariúna, Jundiaí, Limeira, Louveira, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Piracicaba, Sumaré, Valinhos, Várzea Paulista e Vinhedo.

Os imóveis para construção dos reservatórios já foram declarados de Utilidade Pública (Decreto DUP nº 60.141 de 11/02/2014). O DAEE já possui também a Licença Ambiental Prévia, emitida pela CETESB em 25 de agosto de 2016.

As empresas interessadas em participar da licitação deverão apresentar suas propostas no dia 8 de dezembro.

Fonte: Consórcio PCJ (aqui)

Câmaras Técnicas de Educação Ambiental discutem implantação de Programas Regionais



O IV Encontro de Câmaras Técnicas de Educação Ambiental de Comitês de Bacias Hidrográficas, realizado no dia 16 de outubro, na cidade de São José do Rio Preto (SP), ocorreu conjuntamente ao XV Diálogo Interbacias de Educação Ambiental em Recursos Hídricos e, no contexto do 8º Fórum Mundial da Água, ao Encontro Regional Sudeste.

Após participação na Mesa que abordou “Os instrumentos de gestão no olhar do cidadão - Educação Ambiental para o fortalecimento dos Comitês de Bacia”, a Coordenadora da Câmara Técnica de Educação Ambiental, Capacitação, Mobilização Social e Informações em Recursos Hídricos (CTEA), do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH), Rachel Marmo Azzari, apresentou a contextualização dos encontros anteriores para que os participantes embasassem a continuidade dos trabalhos.

O principal tema abordado no encontro foram as diretrizes para elaboração da minuta de Deliberação do CRH que terá como objetivo orientar a implantação de Programas Regionais de Educação Ambiental, no âmbito dos Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) do Estado.

Dos 21 CBHs do Estado, estavam representados 18. Entre várias discussões foram definidas estratégias que devem ser aprofundadas e especificadas na Deliberação: capacitação e processos formativos, fortalecimento institucional das Câmaras Técnicas de Educação Ambiental nos CBHs, garantir a participação social na gestão de recursos hídricos, Educação Ambiental vinculada aos instrumentos de gestão.

As decisões são continuidade de um processo, que iniciou em dezembro de 2015, quando foi realizado o I Encontro de CTEAS. A articulação e a troca de experiências entre os membros das Câmaras Técnicas de Educação Ambiental dos CBH têm sido um processo importante para a construção conjunta de propostas para o avanço e a implementação da Educação Ambiental no âmbito dos comitês e do CRH.

DIÁLOGO


O Diálogo Interbacias teve como tema principal “Gestão Participativa e Social da Água – A sociedade compartilhando tecnologias locais”. O evento contou com palestras e minicursos de diversos temas como, por exemplo, o cidadão e o acesso à informação, a participação cidadã e a Educação Ambiental, controle social das águas – uma experiência da Região dos Lagos/RJ, orientações e informações sobre a realização e as participações no 8º Fórum Mundial da Água, que será realizado em Brasília, em março de 2018.

Fonte: Portal SIGRH (aqui)

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Cidades chinesas reagem a "epidemia" das bicicletas de aluguel



Pequim, 8 nov (EFE).- Parecia uma ideia boa e ecológica na China há dois anos, quando o aluguel - com pagamento por celular - de bicicletas que podiam ser deixadas em qualquer lugar virou moda, mas hoje a modalidade se transformou em um pesadelo para pedestres e municípios.

A ideia das bicicletas de aluguel com estacionamento livre nasceu de estudantes da Universidade de Pequim, que criaram em 2014 a marca pioneira (Ofo) e a tiraram do campus em 2015, mudando a aparência das cidades chinesas.

A possibilidade de estacionar as bicicletas em qualquer lugar, mudando o habitual sistema de aluguel em ancoragens ou áreas designadas, foi a chave do sucesso de uma indústria que na China já tem 70 marcas diferentes pelas ruas e 16 milhões de unidades.

No entanto, pedestres de grandes cidades como Pequim e Xangai começaram a se queixar neste ano de que estas bicicletas apertadas bloqueiam ruas e calçadas, forçando-os a caminhar pelas faixas de veículos ou impedindo o acesso com facilidade, por exemplo, ao metrô.

A situação levou muitas cidades do país a proibir o aumento da oferta de aluguel de bicicletas. Pequim foi uma das primeiras a fazê-lo, em setembro, quando o número deste meio de transporte chegou a 2,35 milhões.

As câmaras municipais de outras metrópoles como Xangai (com 1,5 milhão de bicicletas), Shenzhen, Wuhan e Cantão imitaram a capital chinesa. Agora são 13 as cidades que estabeleceram um limite após ficarem saturadas.

Os regulamentos nasceram para tentar concentrar as bicicletas em áreas designadas, impedir que sejam estacionadas em áreas residenciais ou abandonadas no meio da rua, exigindo que as empresas que administram o serviço se responsabilizem por retirá-las periodicamente.

A Ofo, que disputa com a Mobike, também de Pequim, o título de empresa dominante do setor, garante que entende estas medidas.

"Nós respeitamos todas os regulamentos que Pequim, Xangai e outros governos introduziram, por isso deixamos de introduzir bicicletas adicionais imediatamente", afirmou uma porta-voz da Ofo à Agência Efe.

"Contratamos funcionários para recolocar algumas destas bicicletas do centro (de Pequim) para os arredores, como o governo sugeriu, e fortalecemos nosso pessoal em áreas movimentadas para garantir que os veículos estejam estacionados de forma ordenada", acrescentou.

A empresa, que já está expandindo a ideia para cidades como Londres, Manchester, Florença, Milão, Cingapura e Bangcoc, defende que, acima de alguns problemas logísticos que precisam ser resolvidos, promoveu grandes benefícios ao transporte urbano.

"À medida que as cidades estão cada vez mais povoadas e mais caras, o aluguel de bicicletas é uma alternativa viável a longo prazo ao transporte público, táxis ou carros particulares", defendeu a porta-voz.

A Mobike, que com suas icônicas bicicletas de cor laranja rivaliza com as amarelas da Ofo, considera que diante da saturação nas cidades chinesas a solução é partir para o mercado externo.

A empresa, que já implantou suas bicicletas em países como Reino Unido, Cingapura, Cazaquistão, Tailândia, Malásia, Japão e Áustria, planeja um "exército" de 20 milhões de unidades em 200 cidades do mundo.

Mas em algumas cidades europeias o sistema já foi proibido, e em Madri, a Câmara municipal anunciou que vai regulamentar o setor para evitar uma invasão.

A saturação não apenas trouxe problemas urbanos, mas também econômicos para algumas das muitas empresas que surgiram com a bolha do setor, e no mês de junho veio a primeira falência de uma das companhias, Wukong Bicycle, seguida logo depois pela quebra da 3VBike.

Isso cria novos problemas, como milhares de bicicletas abandonadas pela marca que as gerenciava, pois houve cidades como Xian, no centro da China, que estabeleceram a obrigatoriedade de as empresas avisarem com um mês de antecedência as autoridades sobre o fechamento ou falência.

Muitas delas, afirmou recentemente o jornal "China Daily", "não vão sobreviver em um setor impiedoso, e algumas terão que se fundir".

Na semana passada, de fato, aconteceu a primeira dessas fusões, entre a Youon, cujas bicicletas azuis e amarelas também são muito populares em Pequim, e a Hello-Bike. EFE

Fonte: EFE no site do Yahoo (aqui) / Imagem (aqui)

MEUS COMENTÁRIOS:

Toda ação que vá na direção de facilitar a mobilidade urbana utilizando-se do transporte coletivo ou de bicicletas e a pé é bem vindo nas modernas cidades.

Ações que trabalhem para facilitar o processo também são bem vindas, como a da proposta acima destacada.

Mas um benefício não pode atrapalhar aquilo que justamente, se propôs a fazer: a ação em prol da mobilidade urbana não pode trazer problemas para a própria mobilidade urbana!

Há que se regular, porque infelizmente, muitos tendem a esquecer do espaço do próximo, e imagina como que ficaria a área em frente à estação do Metrô, conforme citado na reportagem acima?

Mas entendo que este processo é um bom problema a se resolver, porque é sinal de estar reorganizando o que está dando certo.

sábado, 28 de outubro de 2017

Filme Pé(Fé) na caminhada


Este filme foi publicado no início da década de 1990. A história de luta retratada ao longo dele poderia ser um registro histórico de um Brasil que ficou para trás, cravejado de desigualdades, exclusão, fome e miséria... Mas...

Passado quase 30 anos, podemos dizer que estávamos melhorando, que estávamos deixando isso para trás e estávamos evoluindo no sentido positivo do termo. Mas a crise que o Brasil foi enfiado após 2014, colocou tudo isso por água abaixo.

Corremos o risco de voltar ao mapa da fome, situação que estávamos fora há alguns anos. O desemprego explodiu e estamos vivenciando uma agenda política de retrocessos.

Infelizmente, este filme pode ser o retrato futuro novamente do Brasil. Mas neste filme, podemos ver uma Igreja forte, protagonista, lutando pela emancipação social do pobre. Será que hoje, poderemos ver esse protagonismo em nossa Igreja?

Não podemos retroceder. Temos que lutar e defender o nosso país. Quando escrevo defender, não estou dizendo essa forma retrógrada e fora de local que temos vistos novamente como defesa da família, uma defesa que não envolve a essência, mas a cosmética do processo.



O filme foi produzida pela Verbo Filmes, a mesma companhia que lançou o filme "Anel de Tucun" e teve como roteirista nomes importantíssimos como Dom Pedro Casaldáliga e Leonardo Boff.

Achei por acaso este filme hoje de manhã, quando estava buscando mais informações e subsídio para uma formação que apoiei na reunião da Região Centro da Pastoral da Juventude em preparação para o DNJ 2017 que acontecerá amanhã, dia 29 de outubro em Artur Nogueira.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Trilha no Bosque dos Jequitibás é dica para passeio com crianças no feriado em Campinas




Hoje, 10/10/17, no Jornal da EPTV primeira edição apareceu uma reportagem sobre trilha interativa de árvores no Parque dos Jequitibás.

São 100 árvores identificadas com QR Code, onde o cidadão pode identificar e conhecer a árvore se possuir um celular smartphone conectado à Internet.

Para assistir a reportagem completa, clique aqui.

‘Nazismo de Esquerda’: a falácia que afronta, além da História, a Filosofia




O fascismo é um projeto reacionário a serviço do capitalismo monopolista, do status quo e das hierarquias, o que o torna totalmente oposto a qualquer vertente socialista

Por Roni Pereira

“Se a interpretação pragmática da ‘XI tese’ [‘Os filósofos até hoje interpretaram o mundo; trata-se de transformá-lo’] fosse legítima, Marx seria o teórico do fascismo e não do comunismo. Para as concepções fascistas os problemas se põem na ação e se resolvem pela ação. Trata-se de um pressuposto irracionalista que está plenamente de acordo com as propostas políticas do fascismo, que se baseiam na manipulação das massas pelos ‘grandes chefes”. – Adelmo Genro Filho, jornalista. [1]

Introdução

Nas redes sociais é cada vez mais comum nos deparamos com um “argumento” inusitado: “O nazismo é de esquerda“. O finado filósofo Umberto Eco citou, certa vez, em entrevista, um dos lados ruins da internet: “O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”, afirmou o intelectual.

Como muita gente segue a famosa máxima “se está na internet, é porque é verdade”, uma mentira qualquer pode ser rapidamente disseminada nas redes sociais como se fosse “verdade”.

Facções políticas (à esquerda e à direita), através de blogs e sites obscuros, têm se aproveitado disso para disseminar factoides e fraudes históricas com o intuito de demonizar o outro lado.

Listar todas as mentiras desses grupos daria um livro (e eu ainda correria o risco de ser acusado de omissão), por isso vou me ater a somente uma fraude histórica que é muito disseminada pela direita e extrema-direita para demonizar o outro lado do espectro político: “nazi-fascismo é de esquerda”.

Não vou aqui rebater essa fraude com argumentos políticos e econômicos. Esses tipos de refutação são fartamente encontrados na internet. A perspectiva adotada aqui será filosófica.

O fascismo antes do poder

O regime fascista é fácil de ser identificado quando se está em forma de Estado. No entanto, a coisa complica quando busca identificar sua gênese filosófica e política antes de alcançar o poder. O discurso político do fascismo nunca revela inteiramente sua natureza.

Por exemplo: o integralismo, versão tupiniquim do fascismo, surgiu com propostas claramente conservadoras e reacionárias. Por outro lado, na Europa o fascismo emerge com propostas “de esquerda”.

O programa fascista italiano, por exemplo, defendia propostas reformistas do capitalismo e o programa nacional-socialista chegou a propor “participação dos trabalhadores nos lucros das grandes empresas”.
Para compreender essa “confusão”, e para desmascarar esse suposto esquerdismo, vou adotar a advertência de Palmiro Toggliati: nunca se deve considerar o fascismo como “algo fixo, esquema ou modelo”. [2]

Anticapitalismo de direita?

A Europa pós-Primeira Guerra ficou marcada, também, pela ascensão de movimentos anticapitalistas (ou que se diziam anticapitalistas), tanto à esquerda quanto à direita. O nome “socialismo”, que nunca foi de pertencimento exclusivo do marxismo, entrou na moda e foi adotado também por movimentos e intelectuais de direita, mas com uma concepção totalmente diferente.

O direitista Werner Sombart, economista e sociólogo alemão, elaborou um conceito de “socialismo nacional” ou “socialismo alemão”. Ele entendia esse socialismo como pragmático e contrário ao materialismo proletário do marxismo.

Outro exemplo clássico de “socialismo direitista” foi elaborado por Oswald Spengler através do conceito de “socialismo prussiano”, em que ele busca formular um socialismo “livre do marxismo”.

Ambos os movimentos nunca defenderam abolição de propriedade privada. Spengler chegou a dizer que “o marxismo é o capitalismo da classe trabalhadora e não o verdadeiro socialismo”.

Em um momento em que o anticapitalismo estava em alta, parte da direita europeia fora influenciada por esses intelectuais e passou a se distanciar do conservadorismo tradicional.

O insuspeito economista Friedrich Hayek revela a existência de “anticapitalistas de direita” na obra O Caminho da Servidão (o livro mais citado e o menos lido entre supostos liberais na internet):

“Foi a união das forças anticapitalistas da esquerda e da direita, a fusão do socialismo radical e do socialismo conservador, que destruiu na Alemanha tudo quanto ali havia de liberal”, escreveu o guru Hayek, na página 164. [3]

Ainda mais surpreendente é o guru da nossa “nova direita”, o economista austríaco Ludwig von Mises, admitir que sim, o fascismo é de direita, no caso uma “direita hegeliana”:

“Georg Wilhelm Friedrich Hegel, o famoso filósofo alemão, deu origem a duas escolas — os hegelianos de “esquerda” e os hegelianos de “direita”. Karl Marx era o mais importante dos hegelianos de “esquerda”. Os nazistas vieram da “direita” hegeliana”. Mises, O Livre Mercado e Seus Inimigos, página 20 [4]

Fica aqui registrado que a dicotomia “esquerda = anticapitalista x direita = capitalismo” não existia (pelo menos enquanto discurso político) na Europa pós-Primeira Guerra, durante a ascensão do nazi-fascismo.

Então voltemos ao “socialismo de direita”.

O “socialismo prussiano” de Spengler influenciou o nazismo. O fundamental princípio deste “socialismo” pode ser sintetizado em uma frase dele: “O significado do socialismo é que a vida não é controlada pela oposição entre ricos e pobres, mas pelo grau que a conquista e o talento conferem, que é a nossa liberdade, a liberdade do despotismo econômico do indivíduo”. [5] Quanta ‘pelegagem’, não?

Também é bom citar o “Movimento Conservador Revolucionário” (paradoxal, eu sei), um movimento político direitista e alemão do início do século XX, que foi claramente influenciado por ideais anticapitalistas, especificamente pelo socialismo prussiano. [6]

A adoção de um discurso anticapitalista, portanto, não torna o fascismo de esquerda.

Plágio e anti-emancipação liberal

Os fascistas adaptaram o nome e os símbolos dos revolucionários de esquerda. O nome “Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores”, de Adolf Hitler e a instituição do “Primeiro de Maio” como feriado nacional em 1933 são os exemplos mais emblemáticos.

Mas o nazi-fascismo tem aspectos opostos à extrema-esquerda, o que o torna contrarrevolucionário. O historiador Eric Hobsbawm explica que os fascistas invocavam valores tradicionais, apesar de não serem tradicionalistas. A retórica ultradireitista era de retorno a um passado tradicional, que supostamente seria melhor que aquele presente.

No discurso político do fascismo também encontra-se oposição à emancipação liberal (como direitos das mulheres), uma forma escancarada de conservadorismo.

A esquerda revolucionária, por outro lado, apesar de rejeitar o regime político liberal (como a democracia), não rejeitava essa emancipação: a União Soviética, por exemplo, foi pioneiro em relação aos direitos das mulheres.

O fascismo no poder

No poder, o fascismo revelou sua verdadeira face: uma tendência ao capitalismo monopolista, que se desenvolve na fase imperialista. Isso fica evidenciado com as alianças que os fascistas fazem quando chegam ao poder: setores reacionários da sociedade alemã e italiana, grandes empresários da indústria monopolista e os bancos.

Surge um pacto em que o Estado fascista passa a ser financiado pelos grandes capitalistas para manutenção da “ordem social” e conter o “perigo vermelho” comunista.

A “ordem social” pode ser entendida aqui como a vida “racionalmente” organizada pelo capitalismo monopolista. Nesta organização há a tentativa de cooptar os trabalhadores para o “projeto da burguesia” e abafar a luta de classes com a ilusão de que os operários e o empresariado têm identidade de interesses.
Porém, os trabalhadores dotados de consciência crítica e com interesses e ideias comuns tendem a constituir uma “classe trabalhadora” que se articula contra a organização e “racionalidade” do capitalismo monopolista.

O objetivo da esquerda, especialmente o marxismo, era (e é) de despertar essa consciência nos trabalhadores para que pudessem se opor à exploração econômica.

Por outro lado, o fascismo busca despertar, politicamente, a “energia negativa” dos trabalhadores para que lutem contra seus próprios interesses, ou seja, em prol da “ordem social” e da hierarquia. Não é por acaso que fazem apologia ao nacionalismo e outras “particularidades estereotipadas” e idealistas.

O fascismo objetiva manter a ordem social através do terror e dos mitos. Pode se dizer que essa forma de ultradireita é uma reação violenta a qualquer ameaça ao capitalismo. Por isso o anticomunismo radical. Para os fascistas, as massas devem ser manobradas a colocarem suas energias destrutivas em defesa da ordem social do capitalismo monopolista.

O nazifascismo tem horror ao intelectualismo e ao racionalismo. Por isso despreza fortemente a consciência crítica das massas. O objetivo é despertar o irracionalismo e o fanatismo das classes médias e dos setores populares e assim acabar com as fronteiras de classes, seja em prol da nação, do Estado, da raça ou de outras particularidades estereotipadas.

Não é por acaso que o fascismo detesta a teoria e se desenvolve pelo primado da ação.

Fascismo e União Soviética

Muito da argumentação falaciosa utilizada pela direita nas redes sociais para equiparar fascismo e comunismo, ou para jogar o fascismo do lado da esquerda, vem de comparações entre Alemanha Nazista e a União Soviética. Da fato, há algumas similaridades entre ambos os regimes. Mas há também diferenças que os tornam inconciliáveis.

Por exemplo, tecla-se frequentemente que os regimes nazi-fascista e comunista são idênticos porque pretenderam construir o “homem novo”, mas não se discute quais as propostas de ambos para se alcançar esse objetivo.

Ontologicamente o fascismo pretende ser naturalista. Sua proposta para a construção do “homem novo”, além de ser idealista, é de uma perspectiva biológica: não apenas pela educação e cultura, mas também por “fundamentos naturais”, ou seja, a biologia. Não foi por acaso as experiências pseudocientíficas e cruéis praticadas contra judeus.

O alcance deste objetivo não será pela história, o que torna a proposta a-histórica. Na verdade, para os fascistas, o natural predomina sobre o histórico.

Isso contrapõe a perspectiva marxista. Deixemos o próprio Adolf Hitler falar:

”A doutrina judaica do marxismo repele o princípio aristocrático na natureza. Contra o privilégio eterno do poder e da força do indivíduo levanta o poder das massas e o peso-morto do número. Nega o valor do indivíduo, combate a importância das nacionalidades e das raças, anulando assim na humanidade a razão de sua existência e de sua cultura. Por essa maneira de encarar o universo, conduziria a humanidade a abandonar qualquer noção de ordem. E como nesse grande organismo, só o caos poderia resultar da aplicação desses princípios, a ruína seria o desfecho final para todos os habitantes da terra.” [7]

O caráter profundamente reacionário, nacionalista, naturalista ontológico e de negação abstrata das classes sociais em prol da manutenção do capitalismo monopolista coloca o fascismo como antagonista a qualquer forma de marxismo.

Porém, em um ponto pode se encontrar identidade filosófica entre o stalinismo e o fascismo. Ambas correntes políticas possuem um traço naturalista que pressupõe que o destino da humanidade é traçado, de forma objetiva, pelas “leis do desenvolvimento sociais”. Esse naturalismo rejeita o pressuposto marxista da necessidade do “sujeito histórico” e da práxis revolucionária, pois os fins estão fixados por “leis objetivistas”.

A diferença é que, enquanto o stalinismo encara o socialismo como dado apriorístico – ou seja, uma tendência naturalista otimista- o naturalismo fascista é pessimista.

O nazi-fascista acredita que o destino da humanidade é a desagregação. Somente as elites que conduzem as massas podem evitar esse destino e de forma heroica. Mitos como “nação”, “estado”, “raça” e as próprias “elites” servem como mitos congregadores e têm função educativa.

A teoria stalinista também pressupõe a existência de uma “elite socialista” que possa projetar a futura sociedade socialista de acordo com as supostas leis sociais, através de imposições econômicas que agilizem o processo. Esse traço em comum reproduziu semelhantes práticas e discursos políticos em ambos os regimes.

“Nacional-socialismo”

Outro dos argumentos mais simplistas utilizados por direitistas apela para o nome do partido nazista (“nacional-socialismo”). Conclui-se que o partido era socialista por causa do nome “socialismo” presente. Eles focam no nome “socialismo” e esquecem o nome “nacional”.

O “nacional” presente no nome do partido é referente ao nacionalismo nazifascista, aspecto incompatível com o socialismo marxista. O nacionalismo do nazi-fascismo é idealista, portanto rejeita o materialismo histórico do marxismo. A luta de classes também é negada e substituída pela “solidariedade nacional”. As classes sociais devem se unir em prol da nação.

Outro aspecto repudiado pelo marxismo, mas que está presente na concepção nacionalista do fascismo, é o imperialismo justificado a partir de um conceito “biológico” do Estado.

Para Benito Mussolini, a nação “é um organismo dotado de existência, de um fim, de meios de ação superiores em poderio e em duração aos indivíduos isolados e agrupados que a compõem… Unidade ética, política e econômica, realizam-se integralmente no Estado fascista”.

Na Alemanha, surgiu a pregação de que o “organismo” Estado precisava de “espaço vital” que só poderia ser encontrada fora de seu território: Áustria, Dantzig, Polônia e Ucrânia foram os alvos do Estado nazista. É uma teoria que justifica o imperialismo.

Conclusões

Apesar de apresentar um discurso “revolucionário”, o fascismo é um projeto reacionário a serviço do capitalismo monopolista, do status quo e das hierarquias. Projeto político antagonista a qualquer vertente de esquerda.

Os argumentos de direitistas para tentar enquadrar o fascismo como “projeto de esquerda” não resistem a uma profunda pesquisa. Qualquer historiador minimamente informado sabe disto, o problema é que a desinformação tem se espalhado como água de esgoto pelo mar e enganado muitos leigos. É necessário combater isso.

O estudo aprofundado da política nazi-fascista também deixa evidente a necessidade de defender as instituições democráticas para que não passem por uma transformação reacionária rumo ao fascismo.

Notas

[1] GENRO FILHO, Adelmo. Teoria e revolução (proposições políticas e algumas reflexões filosóficas). In: Teoria & Política. São Paulo, Brasil Debates, 1987 n.8. pp.32-53.
[2] TOGLIATTI, Palmiro. Lições sobre o fascismo. São Paulo, 1º vol., Coleção História e Política, Liv, Editorial Ciências Humanas, 1978, p.4.
[3] Disponível em PDF aqui.
[4] Disponível em PDF aqui.
[5] Heinrich August Winkler, Alexander Sager. Germany: The Long Road West. English edition. Oxford, England, UK: Oxford University Press, 2006
[6] Heinrich August Winkler, Alexander Sager op.cit.
[7]Essa citação na edição do Mein Kampf, publicado pela Editora Centauro, 2001, p.53

Referências

Blamires, Cipriano; Jackson, Paul. Fascismo mundial: uma enciclopédia histórica, Volume 1. Santa Barbara, Califórnia, EUA: ABC-CLIO, Inc, 2006.
GENRO FILHO, Adelmo. Teoria e revolução (proposições políticas e algumas reflexões filosóficas). In: Teoria & Política. São Paulo, Brasil Debates, 1987 n.8. pp.32-53.
GENRO FILHO, Adelmo; ROLIM, Marcos et WEIGERT, Sérgio.Hora do povo – uma vertente para o fascismo. São Paulo, Brasil Debates, 1980. 55 pp
H. Stuart Hughes. Oswald Spengler. New Brunswick, New Jersey, US: Transaction Publishers, 1992Harris, Abram Lincoln. Race, radicalism, and reform: selected papers. New Brunswick, New Jersey, US: Transaction Publishers, 1989.
HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o Breve Século XX. (1914-1991). São Paulo, Companhia das Letras, 2003.
TOGLIATTI, Palmiro. Lições sobre o fascismo. São Paulo, 1º vol., Coleção História e Política, Liv, Editorial Ciências Humanas, 1978.

Fonte: Blog Forças Terrestres (aqui) e voyager1.net (aqui)