Uma pesquisa do Departamento de Ciências Florestais (LCF) da ESALQ confirmou que o asfalto é a superfície responsável por manter o calor até à noite em Piracicaba (SP). O estudo foi baseado em fotos feitas com uma câmera termal durante sobrevoo noturno na cidade, segundo afirmou o professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do LCF. As ruas podem “segurar” a sensação térmica até as 20h30. "Descobrimos que as áreas urbanas mais quentes eram as ruas da cidade naquele horário. Elas ganharam de outras superfícies como prédios, muros e telhados que estão mais distantes das pessoas”, afirmou Silva Filho que fez o estudo em parceria com Jefferson Polizel, doutor do Centro de Métodos Quantitativos da ESALQ. O estudo, feito no final de 2012, é inédito porque as imagens de satélite, até então, não conseguiam identificar estas características.
Isto mostra que a população sente mais calor por estar mais próxima da superfície que possui a maior concentração de temperatura. “O asfalto é o mais quente e é a área mais baixa, responsável por transmitir o calor para todas as camadas de ar, o que causa o desconforto na população”, disse Silva Filho. As fotografias foram feitas em quase todos os bairros da cidade e foi verificada a mesma situação, como identificado na ESALQ, no Centro, entre outros.
Como minimizar
A forma de combater o “calorão” é ter estas ruas arborizadas para sombrear o asfalto. “Este trabalho justifica a arborização viária no município”, afirmou o professor doutor. Ainda segundo ele, a arborização nos bairros de Piracicaba encontra-se entre 5% e 20%. O pior deles é o Cidade Alta, mas áreas como Nova Piracicaba, Santa Rita e Cidade Jardim têm boa cobertura arbórea. “É preciso plantar árvores, de grande porte, margeando as ruas da cidade".
Para minimizar impactos como este, discutir ideias e planos de arborização das cidades visando o bem estar das pessoas em cidades do Brasil e do mundo será realizada a Conferência Internacional Protected Areas and Place Making. O evento ocorre de 21 a 26 de abril, em Foz do Iguaçu (PR). “Vamos pensar em novos métodos e alternativas de pesquisa para planejar o verde urbano”, acrescentou Silva Filho.
Conferência internacional
A proposta da conferência é fazer um encontro com mais de 100 pesquisadores do mundo para discutir temas como proteção da natureza, manejo de paisagem, silvicultura urbana, turismo em áreas naturais, unidades de conservação e desenvolvimento regional.
O evento é inédito no Brasil e promovido pelo Departamento de Ciências Florestais (LCF) . A reunião tem o apoio da União Internacional de Organizações de Investigação Florestal (IUFRO, sigla em Inglês), que é uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos e fórum científico mais importante na temática florestal há 120 anos. A entidade agrupa mais de 15 mil pessoas na rede.
Para inscrições e mais informações sobre a conferência acesse: http://www.facebook.com/pages/Protected-Areas-and-Place-Making/308829819242931 .
Texto: Alessandra Santos (26/03/2013)
Fonte: site Esalq (aqui)
MEUS COMENTÁRIOS:
Mais um importante estudo para demonstrar a importância da arborização urbana.
Infelizmente, as pessoas associam a árvore em frente das casas apenas com sujeira.
Com o aumento da renda média da população, a venda de aparelhos de ar-condicionado tem aumentado e com isso aumentado também o consumo de energia elétrica.
Com uma árvore frondosa, talvez não seja suficiente para substituir o aparelho de ar-condicionado, mas com certeza diminuirá sua demanda e também o grau de refrigeração que o aparelho estará configurado.
Os bairros geralmente menos arborizados são os bairros mais periféricos e pobres, e justamente onde há a população com menor poder aquisitivo. Portanto, ações de arborização podem melhorar a qualidade de vida destas populações.
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