terça-feira, 18 de novembro de 2014

Prefeitura intensifica campanha para uso consciente da água



A Prefeitura de Limeira intensificou a campanha Aqui Tem Consciência com o envolvimento de entidades que realizam atendimento ao público e recebem grande quantidade de pessoas. Reunião realizada na tarde desta sexta-feira, 14 de novembro, pelo prefeito Paulo Hadich com representantes de nove instituições definiu um trabalho de divulgação visual com a distribuição de adesivos e cartazes para conscientizar sobre a necessidade de economizar água.

O trabalho teve início há um mês, envolvendo a colaboração da população para informar sobre vazamentos em prédios públicos municipais e a conscientização para usar a água de forma consciente. A iniciativa tem a parceria do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e da Odebrecht Ambiental, por meio do movimento Juntos pela Água.

Participaram do encontro, realizado na sala de reuniões do gabinete, representantes da Santa Casa, Acil (Associação Comercial e Industrial de Limeira), Aeal (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Limeira), Polícia Militar, Medical, Senai, Sindijoias, Diretoria Regional de Ensino e Unimed. Pela prefeitura estiveram presentes, além do prefeito, o presidente do SAAE, Osmar da Silva Junior, o ouvidor geral Rafael Martinati e os secretários Luiz Eduardo Mesquita (Comunicação Social), Marcelo Coghi (Serviços Públicos), Alex Rosa (Obras e Urbanismo) e Alquermes Valvasori (Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente).

Segundo Hadich, diante da crise hídrica enfrentada em todo o Estado, é importante também a colaboração de todos os órgãos estaduais e de outras entidades para aderir à campanha e ajudar a divulgar as ideias para o uso consciente da água e redução do consumo. “São entidades que possuem uma intensa movimentação de pessoas e que podem auxiliar neste momento. Se todos nós cuidarmos da água, não haverá falta”, afirmou.

O prefeito traçou um panorama geral sobre o quadro enfrentado hoje por Limeira, que desde o dia 21 de outubro realiza a captação em uma reserva técnica do ribeirão Pinhal, correspondente atualmente a 60% do abastecimento de água. Os outros 40% ocorrem pelo rio Jaguari.

Conforme o presidente do SAAE, o objetivo dessa intensificação da campanha é que as pessoas continuem atentas à necessidade de reduzir o consumo de água e evitar desperdícios. “É preciso que haja cada vez mais consciência para o consumo de água cair ainda mais”, falou. Atualmente o consumo está na faixa de 55 mil metros cúbicos por dia.

A orientação para quem encontrar algum problema relacionado a vazamentos e defeitos de equipamentos em prédios públicos ou flagre situações de desperdício de água é que entre em contato com a prefeitura pelo telefone 156.

Fonte: e-mail da Secretaria de Comunicação

Festival pelo uso consciente da água lota Parque Cidade


Com a proposta de oferecer um dia inteiro voltado para atividades que reforcem o valor da água e a importância do consumo inteligente, a Odebrecht Ambiental, com o apoio da Prefeitura de Limeira, realizou o festival Juntos pela Água no sábado, 15 de novembro, no Parque Cidade.


O prefeito Paulo Hadich acompanhou a caminhada de abertura da programação, que saiu do Parque Cidade, ao som da Street Band, seguiu até a prefeitura e retornou ao parque. Segundo o diretor de concessão da Odebrecht Ambiental, Tadeu Ramos, o evento e a caminhada tiveram a intenção de chamar a atenção das pessoas para a questão da cidadania. "O uso consciente da água é uma questão de cidadania, afinal a água é de todos. O evento de hoje é um reforço a favor da economia máxima e do desperdício zero". Ramos recomendou o uso de água somente para o que é essencial ao consumo humano.


Para Hadich, o importante é entender nossa relação com a água neste momento. Segundo o prefeito, pequenas mudanças de comportamento têm permitido que Limeira enfrente esse problema com qualidade. "A população está colaborando e isso tem surtido um efeito muito positivo, mas temos que pensar não só no futuro próximo, como também em como enfrentaremos esse tipo de problema mais para frente", afirmou.


Apresentado pelo jornalista e ex-integrante do programa CQC, Rafael Cortez, o festival contou com show de acrobacias da companhia Nau de Ícaros, sessões de contação de histórias para as crianças, workshops conduzidos pelo artista plástico Achiles Luciano, oficinas criativas para a confecção de ecobags e brinquedos, reutilização de copos de plástico para a construção de terrários, apresentação da Orquestra Jovem de Limeira, grafite digital e show de luzes.


O evento teve a participação do Ceprosom, das secretarias de Meio Ambiente, Cultura, Esportes, Mobilidade Urbana, Educação e de entidades e organizações da sociedade civil como Sesi; Associação Limeirense de Atletismo (ALA); Winner/Limeira Basquete; Cirurgiões da Alegria; Pátio Limeira Shopping; Orquestra Jovem de Limeira; Street Band e Consórcio PCJ.


A população também pôde prestigiar a exibição dos 12 melhores desenhos participantes do Concurso “Um mundo + colorido”, que envolveu crianças da rede de ensino de Limeira. Além da participação dos ecocoletores do projeto Reciclar Solidário, a praça de alimentação contou com food trucks e estandes das entidades Centro Social Sul, Ainda (Associação Integrada de Deficientes e Amigos) e Asilo João Kühl Filho.


A arquiteta Karina Malavasi prestigiou o evento e elogiou a iniciativa. "Acredito que um festival desse porte é essencial para disseminar a informação de que a situação é crítica e devemos mudar nossos hábitos", comentou. A advogada Mariana Tellis ressaltou a importância de eventos como esse. "Se a população percebe que o poder público está se movimentando para levar uma mensagem sobre a falta de água, ela começa a perceber automaticamente que o assunto é sério e que deve ser levado em consideração", afirmou.

Fonte: Prefeitura de Limeira (aqui)

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Prefeitura promove palestra sobre gestão de resíduos



A Prefeitura de Limeira, por meio da secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, promoveu nesta segunda-feira, 10 de novembro, uma palestra sobre Gestão de Resíduos Sólidos de Limeira para os alunos do curso de Meio Ambiente, Saneamento e Agroecologia do ISCA Faculdades.

A palestra, que fez parte da programação da Semana de Tecnologia da instituição, aconteceu das 19h às 21h no auditório da faculdade e foi ministrada pelo secretário da pasta, Alquermes Valvasori e pelo diretor de Educação Ambiental, Tiago Georgette.

Segundo Georgette, o objetivo foi apresentar o trabalho realizado em Limeira na Gestão dos resíduos sólidos. “Além disso, também foram abordados os desafios na área”, acrescentou. O diretor ressalta que a palestra faz parte do esforço da secretaria em divulgar e conscientizar os munícipes sobre a importância da preservação ambiental.

Qualquer escola, grupo organizado ou ONG pode solicitar palestras junto ao Departamento de Educação Ambiental pelo e-mail dea.drma@limeira.sp.gov.br ou pelo telefone 3451-3883.

Fonte: Secretaria de Comunicações (e-mail)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Paris From Above

C'est magnifique la cité lumière!






Fortuna de super-ricos é 'incontrolável', diz sociólogo

Billionário (Thinkstock)




O sociólogo Antonio David Cattani, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com formação na Paris-Sorbonne, diz ter escolhido um caminho diferente de 99% de seus colegas.
Enquanto a maioria dos cientistas sociais se debruçam sobre questões relativas a pobreza e a miséria, Cattani resolveu desbravar o outro lado da problemática da desiguandade social - a extrema riqueza, ou os super-ricos.

A escolha já foi mais difícil de ser justificada. Desde que o francês Thomas Piketty tornou-se um best-seller com a tese de que o capitalismo está concentrando renda em vários países, o que ocorre no topo da pirâmide social global tem ganhado um pouco mais de espaço nos debates de economistas e sociólogos - ao menos no exterior.

Para Cattani, no Brasil a situação é um pouco diferente da de outros países, porque aqui ao menos se avançou no combate à pobreza. "Mas só isso não basta. Precisamos reduzir a distância entre ricos e pobres para termos uma sociedade equilibrada, com qualidade de vida e sem violência", defende.

Em A Riqueza Desmistificada (ed. Marcavisual) - livro escrito durante um ano de estudos na Universidade de Oxford, no Reino Unido - o pesquisador defende que a extrema riqueza precisa deixar de ser um "tabu" para que possamos entender o papel dos multimilionários na economia, na política e na sociedade brasileria. Confira abaixo a entrevista concedida por Cattani à BBC Brasil:

BBC BRASIL: O que o caso Eike Batista diz sobre o modo como encaramos a riqueza em nossa sociedade?

Cattani - Eike teve uma ascenção meteórica que envolveu o uso de recursos públicos e, aparentemente, também informação previlegiada. Mas havia um certo deslumbramento da opinião pública por ele. No auge de sua carreira, centenas de pessoas pareciam dispostas a pagar US$ 1.000 ou US$ 2.000 para ouvir uma palestra sua. E não havia qualquer questionamento sobre a forma como seu império foi construído - um gigante com os pés de barro.
De certa forma isso ocorreu porque há um fascínio em torno da riqueza, um deslumbre. Os grandes empresários, executivos, e ricos de uma maneira geral são tratados como superiores.
É natural que a riqueza seja vista como algo positivo, que todos almejam. Isso é até legítimo. Mas esse deslumbramento tem impedido uma análise mais rigorosa sobre como algumas dessas fortunas são construídas - o que pode envolver processos abusivos e predatórios, monopólios, vantagens junto ao poder público e outros subterfúgios, como no caso de Eike.
Leia mais: Brasil é 10º país com maior número de multimilionários, diz estudo

BBC BRASIL: Por que o sr. escolheu estudar os ricos?

Cattani - Cerca de 99% dos estudos na área de ciências sociais se debruçam sobre os pobres, a classe média e a classe trabalhadora. Poucos estudam os ricos. Mas em um dos países mais desiguais do mundo o estudo da riqueza é crucial. É o topo da pirâmide social que controla os meios de comunicação, as grandes empresas, os negócios e processos políticos e eleitorais, tomando decisões que afetam todo o resto da população. Ou seja, os ricos e super-ricos ajudam a influenciar processos que determinam a estrutura da sociedade.
Os pobres são milhões mas têm um poder mais limitado, não estão organizados, estão sob a influência dos meios de comunicações. Às vezes, meia dúzia de megaempresários influencia decisões econômicas que alteram a vida de todos.
O financiamento das empresas às campanhas políticas, por exemplo, me parece inconveniente. Por que elas dão milhões para esse ou aquele candidato? De alguma forma, querem retorno - e isso não ajuda a melhorar a qualidade de nossa democracia.
Alguns dados apontam que 1% da população controla de 17% a 20% de toda riqueza nacional. E os ricos, como os pobres, não são autorreferentes ou autoexplicativos. Ou seja, a riqueza ajuda a explicar a pobreza - e vice-versa. Por isso, temos de entender como se estrutura essa sociedade de alto a baixo. Não que os estudos sobre os pobres não sejam importantes, mas eles precisam ser complementados com análises de economistas e sociólogos sobre o topo da pirâmide - e sobre de que forma esse topo está acumulando sua fortuna.

BBC BRASIL: Por que é tão difícil estudar o topo da pirâmide social?

Cattani - A riqueza é tratada em nossa sociedade como um objeto de veneração, um totem, algo superior que precisa ser respeitado. É um tema proibido.
Além dessa dimensão ideológica, há as dificuldades práticas. Os pobres são acessíveis. Os pesquisadores podem entrar em suas casas e fazer as perguntas mais inconvenientes sobre todos os aspectos de suas vidas. Eles respondem porque esperam que isso possa ajudá-los a melhorar a sua situação.
Já os multimilionários não respondem às pesquisas porque não têm interesse em informar sobre a origem e a exata dimensão de sua riqueza. Não querem que ninguém vá bisbilhotar seu patrimônio. E o resultado é que os dados estatísticos sobre eles são extremamente fracos. Não dá para confiar apenas na declaração de imposto de renda - até porque poucos ricos são assalariados. E é difícil obter dados sobre o patrimônio. Muitos multimilionários mantêm parte de sua riqueza no exterior - têm imóveis em Paris, Londres ou Miami e escondem fortunas em paraísos fiscais.
Para completar, eles são protegidos por mecanismos legais e jurídicos, como o sigilo bancário e de declaração do imposto de renda.

BBC BRASIL: Piketty tenta há alguns anos estudar o Brasil, mas um de seus colaboradores relatou a BBC Brasil ter dificuldade em acessar dados da Receita Federal...

Cattani - Acho que no Brasil há regras específicas que garantem o sigilo desses dados e pouca colaboração das autoridades.
Leia mais: Crítico sensação do capitalismo quer estudar o Brasil, mas Receita não libera dados
BBC BRASIL: Quem são esses ricos?
Cattani - É difícil quantificar isso. No Brasil, em geral as pesquisas demográficas e sociais estabelecem um patamar de renda de R$ 6 mil, às vezes R$ 10 mil por mês - elas dizem: todo mundo que está acima disso é rico, é classe A. Mas precisamos estabelecer melhor as diferenças dentro desse grupo. Quem ganha R$ 6 mil por mês pode ter um bom padrão de vida, mas seu poder e o impacto na sociedade é muito diferente do que quem ganha centenas de milhares de reais.
A partir de um certo patamar, o indivíduo em questão dispõe de uma corte de serviçais, assessores tributaristas e advogados para ajudar a multiplicar sua fortuna, assessores de marketing pessoal e institucional. Faz parte do topo da pirâmide que verdadeiramente tem poder. No caso dos super-ricos eu trabalho com um percentual de 0,1% da população adulta, por exemplo.
Também há um patamar em que a riqueza gera riqueza continuamente - mesmo em situação de crise, quando a economia real sofre. Uso um conceito interessante que é o de "riqueza substantiva" - essa riqueza tão grande que escapa até ao controle político. Quem é assalariado não tem noção do que é ganhar milhões de dólares, mês após mês, ano após ano. Nem quem tem uma pequena empresa, um apartamento na praia e um mesmo automóvel do ano. Tem lá seu capital, alguns trabalhadores - mas não tem uma riqueza que se multiplica continuamente.

BBC BRASIL: O sr menciona no livro a série de TV Mulheres Ricas, de 2012. Temos os colunistas sociais, revistas sobre ricos e famosos ... Até que ponto o mundo dos super-ricos está mesmo oculto, como o sr diz?

Cattani - Um famoso apresentador de TV pode tirar uma foto em seu iate para mostrar como é bem sucedido. Mas essa publicidade é pouco relevante - e eles só mostram o que interessa. O próprio Eike era uma excessão. Há toda uma camada de ricos do setor financeiro, do agronegócio que são discretissimos, não tem interesse nenhum em se mostrar. Circulam incolusive em outra esfera, internacional.

BBC BRASIL: Afinal, há algum problema em ser milionário ou bilionário? Não é "justo" que um indivíduo talentoso e trabalha duro possa gozar dos frutos de seus esforços?

Cattani - A partir de um certo nível muitas fortunas não tem mais origem no empreendedorismo, mas em situacões de poder. É esse o caso dos monopólios, por exemplo, que reduzem a eficiência da economia como um todo. Ao anular a concorrência, um determinado grupo impõe seu preço, sua prática de negócios, se vale de mecanismos tributários para aumentar sua riqueza.
É um mito essa ideia de que toda riqueza é produto de talento e trabalho duro. Há fortunas que são, sim resultado de um esforço legítimo e talentos empresariais. Mas há também herdeiros que não fazem bom uso do que receberam, multimilionários de mentalidade rentista, riquezas montadas a partir de privilégios e práticas ilegítimas. A riqueza extrema também pode ser nefasta para os negócios, para a democracia e para o próprio capitalismo.
Leia mais: Ricos brasileiros têm quarta maior fortuna do mundo em paraísos fiscais

BBC BRASIL: O Brasil é um dos poucos países em que a desigualdade de renda teria diminuído nos últimos anos. Estamos no caminho certo?

Cattani - Estamos no caminho correto das políticas públicas para redução da pobreza, mas as distâncias entre os ricos e os demais ainda são imensas. Há muito a fazer no tema da concentração de renda.
O problema é que quem está no topo da pirâmide quer manter seus privilégios. No Brasil, o pobre paga proporcionalmente mais imposto, por exemplo. Não há impostos sobre heranças e doações, como em muitos países desenvolvidos. Também não há imposto sobre dividendos e rendimentos do capital. Quem ganha milhões com dividendos não paga nada, enquanto um assalariado a partir de dois mil, três mil reais já paga imposto de renda. Precisamos de uma reforma na área tributária, além de um combate mais firme a paraísos fiscais.

BBC BRASIL: Por que é importante combater a desigualdade? Não basta combater a pobreza?

Cattani - Enquanto não avançarmos nessa área, não teremos uma sociedade mais equilibrada, com mais qualidade de vida e no qual todos tenham boas oportunidades de trabalho para desenvolver suas capacidades. Há estudos que mostram que a violência está diretamente relacionada às distâncias sociais, por exemplo. Além disso, a partir de determinado patamar, a concentração de renda prejudica a eficiência de uma economia, tira dinamismo do mercado interno. É melhor ter uma fortuna reinvestida na produção, gerando emprego, do que imobilizada em uma mansão luxuosa ou em contas no exterior.

Fonte: BBC (aqui)