Não há muito segredo, mata ciliar auxilia no processo de recuperação de rios por ter mais área de recarga para prover água na época da estiagem.
domingo, 30 de novembro de 2014
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Jardins verticais vão formar um corredor verde no Minhocão.
Interessante ação em prol do meio ambiente e da cidadania nesta cidade tão acinzentada e sem vida silvestre.
Se o empreendimento fecha as contas, então é melhor ainda!
Fonte: Estadão (aqui)
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Novo Zoológico Municipal é inaugurado com participação de estudantes
O novo Zoológico Municipal de Limeira foi inaugurado nesta quarta-feira, 19 de novembro, com a presença do prefeito Paulo Hadich e demais autoridades do município. O evento contou com a participação de crianças, alunos da EMEIEF Deputado Laercio Corte, que soltaram balões biodegradáveis com sementes de árvores nativas, como ipês-roxos, rosas, amarelos, entre outros. A ocasião ainda contou com uma benção feita pelo frei franciscano, Flaerdi Valvassori.
“Com alegria que inauguramos mais que um zoológico, mas sim um local de lazer e educação ambiental, onde se encontra a convivência fraterna e solidária entre seres humanos e animais”, destacou Hadich.
O novo zoológico, anexo ao Horto Florestal da cidade, conta com uma área de 40 mil m2 e uma nova concepção com a substituição de grades por vidros em alguns dos recintos, como é o caso local destinado aos felinos e à jiboia. O objetivo é facilitar a visão dos visitantes, bem como ampliar a noção de espaço dos animais. As entradas são gratuitas e o horário de funcionamento é das 10h às 15h.
O local tem capacidade para receber visitas de 900 pessoas por vez estará aberto ao público nas quintas, sextas, sábados e domingos. Nas terças e quartas-feiras o zoológico funcionará apenas para visitas de grupos previamente agendadas e monitoradas. Os agendamentos podem ser feitos apenas nas segundas-feiras, pelo telefone 3442 2775.
Além disso, o zoo conta ainda com espécies em extinção como mico-leão-dourado, lobo-guará, onça-pintada, onça-parda, anta, mutum-do-sudeste, micos de cara dourada, jacuguaçu, papagaio-chaua, entre outros.
O plantel do zoo, como é denominado o coletivo dos animais selecionados, conta com cerca de 200 animais, entre aves, répteis, mamíferos e felinos, que estiveram em período de adaptação por aproximadamente três meses. Até a inauguração, os animais foram observados e monitorados pelos veterinários do Zoológico. “Toda rotina de tratamento e comportamento é acompanhado minuciosamente pela equipe”, salienta o veterinário, Danielo Mazon.
A capacidade total do zoo é de 350 animais. “Temos condições de ampliar, mas pretendemos fazer isso de forma gradativa. Vamos verificar quais mais animais será interessante que tenhamos condições de ter no zoo, visando os programas nacionais e internacionais de conservação das espécies”, explica diretora de Proteção e Bem-Estar Animal da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Giuliana C. M. Mercuri Quitério Buzolin.
“Reafirmamos um compromisso com Limeira e acreditamos que estamos oferecendo à cidade um local pra se aprenda sobre conservação da fauna silvestre, além de ser um local para que se aprenda muito sobre conscientização de todo meio ambiente” comentou Giuliana.
A infraestrutura do zoológico ainda apresenta quatro salas de educação ambiental para as visitas de estudantes. Entre eles, a zooteca, espaço interativo com o intuito de reforçar a necessidade da preservação do meio ambiente e ensinar sobre a fauna e a flora, além dos recursos naturais do Brasil. Além disso, a equipe já conta com uma profissional que acompanhará as visitas monitoradas de escolas e demais grupos organizados. O estacionamento tem aproximadamente 200 vagas.
Na inauguração, além dos estudantes, participaram jovens do Gávea [sic] Grupo de Amigos para Valorização da Infância e Adolescência, moradores da Vila Dignidade e atendidos pelo Centro de Educação João Fischer Sobrino (área surdez). Foram entregues materiais educativos também. No período de adaptação dos animais, o zoo recebeu visitas monitoradas. Foram cerca de 150 pessoas, divididas em três diferentes visitações.
Fonte: Prefeitura de Limeira (aqui)
Nota 1: a sigla correta é GAVIA e não Gávea
Nota 2: o Robert do Tigrão ser tampado na foto pelo vereador Farid Zaine foi o melhor. Quer se aparecer tanto que o próprio acaso o escondeu!
Nunca se roubou tão pouco
Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país
Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.
Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos "cochons des dix pour cent", os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.
Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão --cem vezes mais do que o caso Petrobras-- pelos empresários?
Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?
Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.
Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.
É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo.
Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.
Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito.
A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas.
O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.
É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país.
A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento.
Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre.
Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?
Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido.
O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar.
RICARDO SEMLER, 55, empresário, é sócio da Semco Partners. Foi professor visitante da Harvard Law School e professor de MBA no MIT - Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA)
Fonte: Folha (aqui)
MEUS COMENTÁRIOS:
Em época de coxinhada revoltada on line, este texto encaro como um avanço republicano importante para o Brasil.
Porque é um militante de um partido oposicionista avaliando um grande avanço ao país, que também concordo, pois acredito que como nunca, estamos avançando a passos rápidos a lutar socialmente contra esse grande câncer que é a corrupção.
Acredito que a corrupção não tenha aumentado, mas sim que ela realmente está sendo combatida e para curar feridas, há que se cutucar a ferida, e assim ela fica mais a mostra e o seu mal cheiro aparece.
Muito me entristece ver um bando de gente sem o mínimo conhecimento sobre a História do Brasil vociferando na internet pedindo retornos de tempos passados, que sabidamente, foram corruptos, sejam os Militares no Brasil, seja o Governo Paixão em Limeira.
Vamos continuar lutando e avançando!
Pelo bem de nossa sociedade.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Prefeitura intensifica campanha para uso consciente da água
A Prefeitura de Limeira intensificou a campanha Aqui Tem Consciência com o envolvimento de entidades que realizam atendimento ao público e recebem grande quantidade de pessoas. Reunião realizada na tarde desta sexta-feira, 14 de novembro, pelo prefeito Paulo Hadich com representantes de nove instituições definiu um trabalho de divulgação visual com a distribuição de adesivos e cartazes para conscientizar sobre a necessidade de economizar água.
O trabalho teve início há um mês, envolvendo a colaboração da população para informar sobre vazamentos em prédios públicos municipais e a conscientização para usar a água de forma consciente. A iniciativa tem a parceria do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) e da Odebrecht Ambiental, por meio do movimento Juntos pela Água.
Participaram do encontro, realizado na sala de reuniões do gabinete, representantes da Santa Casa, Acil (Associação Comercial e Industrial de Limeira), Aeal (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Limeira), Polícia Militar, Medical, Senai, Sindijoias, Diretoria Regional de Ensino e Unimed. Pela prefeitura estiveram presentes, além do prefeito, o presidente do SAAE, Osmar da Silva Junior, o ouvidor geral Rafael Martinati e os secretários Luiz Eduardo Mesquita (Comunicação Social), Marcelo Coghi (Serviços Públicos), Alex Rosa (Obras e Urbanismo) e Alquermes Valvasori (Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente).
Segundo Hadich, diante da crise hídrica enfrentada em todo o Estado, é importante também a colaboração de todos os órgãos estaduais e de outras entidades para aderir à campanha e ajudar a divulgar as ideias para o uso consciente da água e redução do consumo. “São entidades que possuem uma intensa movimentação de pessoas e que podem auxiliar neste momento. Se todos nós cuidarmos da água, não haverá falta”, afirmou.
O prefeito traçou um panorama geral sobre o quadro enfrentado hoje por Limeira, que desde o dia 21 de outubro realiza a captação em uma reserva técnica do ribeirão Pinhal, correspondente atualmente a 60% do abastecimento de água. Os outros 40% ocorrem pelo rio Jaguari.
Conforme o presidente do SAAE, o objetivo dessa intensificação da campanha é que as pessoas continuem atentas à necessidade de reduzir o consumo de água e evitar desperdícios. “É preciso que haja cada vez mais consciência para o consumo de água cair ainda mais”, falou. Atualmente o consumo está na faixa de 55 mil metros cúbicos por dia.
A orientação para quem encontrar algum problema relacionado a vazamentos e defeitos de equipamentos em prédios públicos ou flagre situações de desperdício de água é que entre em contato com a prefeitura pelo telefone 156.
Fonte: e-mail da Secretaria de Comunicação
Festival pelo uso consciente da água lota Parque Cidade
Com a proposta de oferecer um dia inteiro voltado para atividades que reforcem o valor da água e a importância do consumo inteligente, a Odebrecht Ambiental, com o apoio da Prefeitura de Limeira, realizou o festival Juntos pela Água no sábado, 15 de novembro, no Parque Cidade.
O prefeito Paulo Hadich acompanhou a caminhada de abertura da programação, que saiu do Parque Cidade, ao som da Street Band, seguiu até a prefeitura e retornou ao parque. Segundo o diretor de concessão da Odebrecht Ambiental, Tadeu Ramos, o evento e a caminhada tiveram a intenção de chamar a atenção das pessoas para a questão da cidadania. "O uso consciente da água é uma questão de cidadania, afinal a água é de todos. O evento de hoje é um reforço a favor da economia máxima e do desperdício zero". Ramos recomendou o uso de água somente para o que é essencial ao consumo humano.
Para Hadich, o importante é entender nossa relação com a água neste momento. Segundo o prefeito, pequenas mudanças de comportamento têm permitido que Limeira enfrente esse problema com qualidade. "A população está colaborando e isso tem surtido um efeito muito positivo, mas temos que pensar não só no futuro próximo, como também em como enfrentaremos esse tipo de problema mais para frente", afirmou.
Apresentado pelo jornalista e ex-integrante do programa CQC, Rafael Cortez, o festival contou com show de acrobacias da companhia Nau de Ícaros, sessões de contação de histórias para as crianças, workshops conduzidos pelo artista plástico Achiles Luciano, oficinas criativas para a confecção de ecobags e brinquedos, reutilização de copos de plástico para a construção de terrários, apresentação da Orquestra Jovem de Limeira, grafite digital e show de luzes.
O evento teve a participação do Ceprosom, das secretarias de Meio Ambiente, Cultura, Esportes, Mobilidade Urbana, Educação e de entidades e organizações da sociedade civil como Sesi; Associação Limeirense de Atletismo (ALA); Winner/Limeira Basquete; Cirurgiões da Alegria; Pátio Limeira Shopping; Orquestra Jovem de Limeira; Street Band e Consórcio PCJ.
A população também pôde prestigiar a exibição dos 12 melhores desenhos participantes do Concurso “Um mundo + colorido”, que envolveu crianças da rede de ensino de Limeira. Além da participação dos ecocoletores do projeto Reciclar Solidário, a praça de alimentação contou com food trucks e estandes das entidades Centro Social Sul, Ainda (Associação Integrada de Deficientes e Amigos) e Asilo João Kühl Filho.
A arquiteta Karina Malavasi prestigiou o evento e elogiou a iniciativa. "Acredito que um festival desse porte é essencial para disseminar a informação de que a situação é crítica e devemos mudar nossos hábitos", comentou. A advogada Mariana Tellis ressaltou a importância de eventos como esse. "Se a população percebe que o poder público está se movimentando para levar uma mensagem sobre a falta de água, ela começa a perceber automaticamente que o assunto é sério e que deve ser levado em consideração", afirmou.
Fonte: Prefeitura de Limeira (aqui)
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Prefeitura promove palestra sobre gestão de resíduos
A Prefeitura de Limeira, por meio da secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, promoveu nesta segunda-feira, 10 de novembro, uma palestra sobre Gestão de Resíduos Sólidos de Limeira para os alunos do curso de Meio Ambiente, Saneamento e Agroecologia do ISCA Faculdades.
A palestra, que fez parte da programação da Semana de Tecnologia da instituição, aconteceu das 19h às 21h no auditório da faculdade e foi ministrada pelo secretário da pasta, Alquermes Valvasori e pelo diretor de Educação Ambiental, Tiago Georgette.
Segundo Georgette, o objetivo foi apresentar o trabalho realizado em Limeira na Gestão dos resíduos sólidos. “Além disso, também foram abordados os desafios na área”, acrescentou. O diretor ressalta que a palestra faz parte do esforço da secretaria em divulgar e conscientizar os munícipes sobre a importância da preservação ambiental.
Qualquer escola, grupo organizado ou ONG pode solicitar palestras junto ao Departamento de Educação Ambiental pelo e-mail dea.drma@limeira.sp.gov.br ou pelo telefone 3451-3883.
Fonte: Secretaria de Comunicações (e-mail)
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Fortuna de super-ricos é 'incontrolável', diz sociólogo
O sociólogo Antonio David Cattani, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com formação na Paris-Sorbonne, diz ter escolhido um caminho diferente de 99% de seus colegas.
Enquanto a maioria dos cientistas sociais se debruçam sobre questões relativas a pobreza e a miséria, Cattani resolveu desbravar o outro lado da problemática da desiguandade social - a extrema riqueza, ou os super-ricos.
A escolha já foi mais difícil de ser justificada. Desde que o francês Thomas Piketty tornou-se um best-seller com a tese de que o capitalismo está concentrando renda em vários países, o que ocorre no topo da pirâmide social global tem ganhado um pouco mais de espaço nos debates de economistas e sociólogos - ao menos no exterior.
Para Cattani, no Brasil a situação é um pouco diferente da de outros países, porque aqui ao menos se avançou no combate à pobreza. "Mas só isso não basta. Precisamos reduzir a distância entre ricos e pobres para termos uma sociedade equilibrada, com qualidade de vida e sem violência", defende.
Em A Riqueza Desmistificada (ed. Marcavisual) - livro escrito durante um ano de estudos na Universidade de Oxford, no Reino Unido - o pesquisador defende que a extrema riqueza precisa deixar de ser um "tabu" para que possamos entender o papel dos multimilionários na economia, na política e na sociedade brasileria. Confira abaixo a entrevista concedida por Cattani à BBC Brasil:
BBC BRASIL: O que o caso Eike Batista diz sobre o modo como encaramos a riqueza em nossa sociedade?
Cattani - Eike teve uma ascenção meteórica que envolveu o uso de recursos públicos e, aparentemente, também informação previlegiada. Mas havia um certo deslumbramento da opinião pública por ele. No auge de sua carreira, centenas de pessoas pareciam dispostas a pagar US$ 1.000 ou US$ 2.000 para ouvir uma palestra sua. E não havia qualquer questionamento sobre a forma como seu império foi construído - um gigante com os pés de barro.
De certa forma isso ocorreu porque há um fascínio em torno da riqueza, um deslumbre. Os grandes empresários, executivos, e ricos de uma maneira geral são tratados como superiores.
É natural que a riqueza seja vista como algo positivo, que todos almejam. Isso é até legítimo. Mas esse deslumbramento tem impedido uma análise mais rigorosa sobre como algumas dessas fortunas são construídas - o que pode envolver processos abusivos e predatórios, monopólios, vantagens junto ao poder público e outros subterfúgios, como no caso de Eike.
Leia mais: Brasil é 10º país com maior número de multimilionários, diz estudo
BBC BRASIL: Por que o sr. escolheu estudar os ricos?
Cattani - Cerca de 99% dos estudos na área de ciências sociais se debruçam sobre os pobres, a classe média e a classe trabalhadora. Poucos estudam os ricos. Mas em um dos países mais desiguais do mundo o estudo da riqueza é crucial. É o topo da pirâmide social que controla os meios de comunicação, as grandes empresas, os negócios e processos políticos e eleitorais, tomando decisões que afetam todo o resto da população. Ou seja, os ricos e super-ricos ajudam a influenciar processos que determinam a estrutura da sociedade.
Os pobres são milhões mas têm um poder mais limitado, não estão organizados, estão sob a influência dos meios de comunicações. Às vezes, meia dúzia de megaempresários influencia decisões econômicas que alteram a vida de todos.
O financiamento das empresas às campanhas políticas, por exemplo, me parece inconveniente. Por que elas dão milhões para esse ou aquele candidato? De alguma forma, querem retorno - e isso não ajuda a melhorar a qualidade de nossa democracia.
Alguns dados apontam que 1% da população controla de 17% a 20% de toda riqueza nacional. E os ricos, como os pobres, não são autorreferentes ou autoexplicativos. Ou seja, a riqueza ajuda a explicar a pobreza - e vice-versa. Por isso, temos de entender como se estrutura essa sociedade de alto a baixo. Não que os estudos sobre os pobres não sejam importantes, mas eles precisam ser complementados com análises de economistas e sociólogos sobre o topo da pirâmide - e sobre de que forma esse topo está acumulando sua fortuna.
BBC BRASIL: Por que é tão difícil estudar o topo da pirâmide social?
Cattani - A riqueza é tratada em nossa sociedade como um objeto de veneração, um totem, algo superior que precisa ser respeitado. É um tema proibido.
Além dessa dimensão ideológica, há as dificuldades práticas. Os pobres são acessíveis. Os pesquisadores podem entrar em suas casas e fazer as perguntas mais inconvenientes sobre todos os aspectos de suas vidas. Eles respondem porque esperam que isso possa ajudá-los a melhorar a sua situação.
Já os multimilionários não respondem às pesquisas porque não têm interesse em informar sobre a origem e a exata dimensão de sua riqueza. Não querem que ninguém vá bisbilhotar seu patrimônio. E o resultado é que os dados estatísticos sobre eles são extremamente fracos. Não dá para confiar apenas na declaração de imposto de renda - até porque poucos ricos são assalariados. E é difícil obter dados sobre o patrimônio. Muitos multimilionários mantêm parte de sua riqueza no exterior - têm imóveis em Paris, Londres ou Miami e escondem fortunas em paraísos fiscais.
Para completar, eles são protegidos por mecanismos legais e jurídicos, como o sigilo bancário e de declaração do imposto de renda.
BBC BRASIL: Piketty tenta há alguns anos estudar o Brasil, mas um de seus colaboradores relatou a BBC Brasil ter dificuldade em acessar dados da Receita Federal...
Cattani - Acho que no Brasil há regras específicas que garantem o sigilo desses dados e pouca colaboração das autoridades.
Leia mais: Crítico sensação do capitalismo quer estudar o Brasil, mas Receita não libera dados
BBC BRASIL: Quem são esses ricos?
Cattani - É difícil quantificar isso. No Brasil, em geral as pesquisas demográficas e sociais estabelecem um patamar de renda de R$ 6 mil, às vezes R$ 10 mil por mês - elas dizem: todo mundo que está acima disso é rico, é classe A. Mas precisamos estabelecer melhor as diferenças dentro desse grupo. Quem ganha R$ 6 mil por mês pode ter um bom padrão de vida, mas seu poder e o impacto na sociedade é muito diferente do que quem ganha centenas de milhares de reais.
A partir de um certo patamar, o indivíduo em questão dispõe de uma corte de serviçais, assessores tributaristas e advogados para ajudar a multiplicar sua fortuna, assessores de marketing pessoal e institucional. Faz parte do topo da pirâmide que verdadeiramente tem poder. No caso dos super-ricos eu trabalho com um percentual de 0,1% da população adulta, por exemplo.
Também há um patamar em que a riqueza gera riqueza continuamente - mesmo em situação de crise, quando a economia real sofre. Uso um conceito interessante que é o de "riqueza substantiva" - essa riqueza tão grande que escapa até ao controle político. Quem é assalariado não tem noção do que é ganhar milhões de dólares, mês após mês, ano após ano. Nem quem tem uma pequena empresa, um apartamento na praia e um mesmo automóvel do ano. Tem lá seu capital, alguns trabalhadores - mas não tem uma riqueza que se multiplica continuamente.
BBC BRASIL: O sr menciona no livro a série de TV Mulheres Ricas, de 2012. Temos os colunistas sociais, revistas sobre ricos e famosos ... Até que ponto o mundo dos super-ricos está mesmo oculto, como o sr diz?
Cattani - Um famoso apresentador de TV pode tirar uma foto em seu iate para mostrar como é bem sucedido. Mas essa publicidade é pouco relevante - e eles só mostram o que interessa. O próprio Eike era uma excessão. Há toda uma camada de ricos do setor financeiro, do agronegócio que são discretissimos, não tem interesse nenhum em se mostrar. Circulam incolusive em outra esfera, internacional.
BBC BRASIL: Afinal, há algum problema em ser milionário ou bilionário? Não é "justo" que um indivíduo talentoso e trabalha duro possa gozar dos frutos de seus esforços?
Cattani - A partir de um certo nível muitas fortunas não tem mais origem no empreendedorismo, mas em situacões de poder. É esse o caso dos monopólios, por exemplo, que reduzem a eficiência da economia como um todo. Ao anular a concorrência, um determinado grupo impõe seu preço, sua prática de negócios, se vale de mecanismos tributários para aumentar sua riqueza.
É um mito essa ideia de que toda riqueza é produto de talento e trabalho duro. Há fortunas que são, sim resultado de um esforço legítimo e talentos empresariais. Mas há também herdeiros que não fazem bom uso do que receberam, multimilionários de mentalidade rentista, riquezas montadas a partir de privilégios e práticas ilegítimas. A riqueza extrema também pode ser nefasta para os negócios, para a democracia e para o próprio capitalismo.
Leia mais: Ricos brasileiros têm quarta maior fortuna do mundo em paraísos fiscais
BBC BRASIL: O Brasil é um dos poucos países em que a desigualdade de renda teria diminuído nos últimos anos. Estamos no caminho certo?
Cattani - Estamos no caminho correto das políticas públicas para redução da pobreza, mas as distâncias entre os ricos e os demais ainda são imensas. Há muito a fazer no tema da concentração de renda.
O problema é que quem está no topo da pirâmide quer manter seus privilégios. No Brasil, o pobre paga proporcionalmente mais imposto, por exemplo. Não há impostos sobre heranças e doações, como em muitos países desenvolvidos. Também não há imposto sobre dividendos e rendimentos do capital. Quem ganha milhões com dividendos não paga nada, enquanto um assalariado a partir de dois mil, três mil reais já paga imposto de renda. Precisamos de uma reforma na área tributária, além de um combate mais firme a paraísos fiscais.
BBC BRASIL: Por que é importante combater a desigualdade? Não basta combater a pobreza?
Cattani - Enquanto não avançarmos nessa área, não teremos uma sociedade mais equilibrada, com mais qualidade de vida e no qual todos tenham boas oportunidades de trabalho para desenvolver suas capacidades. Há estudos que mostram que a violência está diretamente relacionada às distâncias sociais, por exemplo. Além disso, a partir de determinado patamar, a concentração de renda prejudica a eficiência de uma economia, tira dinamismo do mercado interno. É melhor ter uma fortuna reinvestida na produção, gerando emprego, do que imobilizada em uma mansão luxuosa ou em contas no exterior.
Fonte: BBC (aqui)
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Política e Cidadania com Mario Sergio Cortella
Interessante apresentação com o Professor Mario Sergio Cortella na TV ALESP.
Hadich alerta sobre consumo de água e estabelece meta de redução em mais um terço
O prefeito Paulo Hadich alertou nesta sexta-feira, 31 de outubro, em coletiva de imprensa realizada na Prefeitura de Limeira, sobre a necessidade da redução ainda maior do consumo de água para evitar o comprometimento do abastecimento no município. A meta é que o consumo diminua em pelo menos um terço, baixando dos atuais 60 mil metros cúbicos por mês para 40 mil metros cúbicos/mês. Em outubro, a redução foi de 9%.
Segundo Hadich, é necessário o comprometimento de toda a população para atingir essa meta, já que a capacidade da reserva técnica usada hoje para abastecer a cidade é de mais 21 dias se o nível de consumo for mantido no mesmo patamar. “Esse esforço para reduzir em um terço o consumo depende de cada um de nós”, afirmou.
O diretor da Odebrecht Ambiental, Tadeu Ramos, disse que a reserva técnica vem sendo usada desde o dia 20 de outubro, quando a captação no rio Jaguari deixou de ser possível. “Tínhamos a previsão de 30 dias, que vem se confirmando”, declarou. Ele considera que a redução de um terço no consumo garantirá o abastecimento em novembro até que comece o período de chuvas. “É preciso aumentar o sacrifício, usando água apenas para consumo humano e com economia.”
Para o presidente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Osmar da Silva Junior), caso Limeira não tivesse investido na redução das perdas, tendo uma estrutura de países desenvolvidos, a situação estaria pior.
O prefeito disse que já existe um plano elaborado caso o consumo não seja reduzido e as chuvas não venham. “A possibilidade de racionamento existe, mas não é nossa primeira opção. No começo da semana faremos uma nova avaliação e tudo dependerá do comportamento do consumo”, citou.
A prefeitura vem trabalhando campanhas de conscientização, em especial a campanha “Aqui Tem Consciência”, desenvolvida em parceria com a Odebrecht Ambiental. Publicou ainda decreto de emergência prevendo multas contra o desperdício, situações específicas para lava-rápidos e postos de combustíveis e criou o Gabinete de Gestão de Crise. Até agora, foram 1.093 denúncias feitas ao telefone 156, 145 notificações e 50 multas. Ao todo, 14 fiscais trabalham diariamente e contam com o apoio da GCM (Guarda Civil Municipal).
Um mapeamento de poços artesianos e represas particulares também foi elaborado, podendo em caso de necessidade extrema ser feita a captação nestes pontos. “A população será avisada com antecedência de qualquer medida. O ideal é que seja trabalhada a conscientização”, disse Hadich.
Fonte: recebido por e-mail
Chuva de domingo não beneficiou mananciais
Vazão foi mantida em 1,57 m, mesmo com 38 mm de volume de água
Os 38 mm de chuva que Limeira registrou no início da noite de anteontem, segundo termômetros da FT (Faculdade de Tecnologia) da Unicamp, não surtiram efeito nos mananciais da cidade - o Rio Jaguari e o Ribeirão Pinhal. Segundo a Assessoria de Imprensa da concessionária Odebrecht Ambiental, os dados do site que monitora as redes telemétricas da Bacia PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) revelaram que a vazão ontem, às 16h, era de 1,57 m. O índice, segundo a concessionária, indica que as chuvas não trouxeram impacto positivo em Limeira.
Ainda segundo a Odebrecht, a quantidade de chuva necessária para melhorar a quantidade de água reservada nos mananciais seria algo equivalente à média pluvial histórica. De 2004 a 2013, a média histórica para o mês de novembro é de 136 mm de chuva.
Quanto à previsão de chuva para este mês, a Odebrecht afirma que é necessário que se concretize em volumes maiores, deixando a tendência das pancadas localizadas e de pouca duração.
RACIONAMENTO
Com o consumo atual, a reserva do lago na bacia do Ribeirão Pinhal abastecerá a cidade aproximadamente até o dia 20 deste mês, caso não haja chuvas realmente volumosas. Ou seja, a cidade possui apenas 16 dias de água, caso o tempo permaneça seco ou sem chuvas volumosas neste período. Porém, se houver precipitações constantes nos próximos dias, como indica a previsão, o prazo de abastecimento normal poderá ser estendido.
Ainda segundo a assessoria, outra possibilidade de melhora é caso o Rio Jaguari apresente avanço na quantidade e na qualidade da água. Nesse caso, voltará a opção de captar a água desse manancial e a reserva do lago do Ribeirão Pinhal será preservada. A concessionária ressalta que ainda não existe previsão de racionamento em Limeira.
Precipitações previstas para as próximas 72h
Estão previstas pancadas de chuvas para Limeira e região nas próximas 72h, afirma o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura). "A chuva tem a tendência de ser dispersa. Não se sabe se irá melhorar ou não a situação dos mananciais", diz a meteorologista do centro, Ana Ávila.
Ana Ávila afirma também que é impossível prever a quantidade de chuva. "Por ser dispersa, não é impossível saber o quanto vai chover. Tampouco se haverá tempestades", diz.
O mesmo afirma o professor de Hidrologia e Drenagem da FT (Faculdade de Tecnologia) da Unicamp, Hiroshi Yoshizane. Ele explica que a tendência é chover nos próximos dias, como também em todo o mês de novembro. "É típico chover em novembro, por conta da umidade. Mas não deve esfriar", diz.
Ele considera que a chuva de anteontem (38 mm) teve um bom volume e que isso deve reverter nos mananciais nas próximas oportunidades. "É esperar mais chuvas constantes como esta", diz. (Ana Paula Rosa).
Fonte: Jornal de Limeira (aqui)
MEUS COMENTÁRIOS:
Ao contrário do texto da manchete, toda chuva beneficia a bacia hidrográfica em que ela precipita. Mas o que tem que ser considerado é que a chuva não encerra a situação de crise, pois o que a melhorará é a reposição da água no solo, e isso com certeza aconteceu.
É melhor no ponto de vista do recurso hídrico que toda a reserva no rio e no solo seja recarregada.
E o instrumento que monitora níveis de chuva é o pluviômetro e não termômetro.
Cadastro da Arborização Urbana de Mauá, SP.
Interessante trabalho realizado pelo IPT, Instituto de Pesquisas Tecnológicas realizados no município de Mauá, na Grande São Paulo.
A arborização urbana, infelizmente, é injuriada e maltratada em vários municípios e pelas imagens do Jornal Nacional, elas lá sofrem muito também.
Fonte: Jornal Nacional (aqui)
Prefeitura promove 2º Encontro do Fórum das Águas
A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, promoveu na quarta-feira, 29 de outubro, o 2º Encontro do Fórum das Águas. O evento, realizado das 14h às 16h no auditório da CIESP Limeira, contou com a presença de representantes de diversas instituições do município, além do diretor de Meio Ambiente de Engenheiro Coelho, José Cardoso dos Santos. Trata-se de uma continuidade aos trabalhos realizados desde a primeira reunião no dia 3 de abril.
O encontro teve como objetivo avaliar a situação dos recursos hídricos do município e discutir ações conjuntas entre as instituições, visando informar a população sobre a melhor atuação diante da atual estiagem.
Segundo o diretor de educação ambiental, Tiago Georgette, além da continuidade dos trabalhos já realizados, a reunião foi um momento para pensar em atitudes mais conscientes. “A intenção é que mudemos nossos hábitos, não apenas para atravessar a atual crise, mas também para mudar nossa relação com a água, que é um recurso escasso”, acrescentou.
Os demais participantes também relataram como está sendo o desenvolvimento deatividades diante do atual cenário, seja na área agrícola, industrial e residencial. Além disso, o grupo discutiu atividades como a implementação integradas, escolas, faculdades e também em todos os grupos organizados. “Ainda há muitas pessoas que não reconhecem o tamanho da crise que estamos vivendo”, diz Georgette.
Fonte: Prefeitura de Limeira (aqui)
Meu coelho, o Urso e eu...
Cada um deve fazer a sua parte na conservação deste recurso tão precioso como é a água.
Alguns hábitos não devem mais acontecer, como escovar os dentes com a torneira aberta. Isto não deve mais acontecer nem no período da estiagem nem no período da abundância.
É uma questão de postura! Não dá mais para tolerar esses hábitos.
Fonte: Juntos pela Água (aqui)
domingo, 2 de novembro de 2014
Situação da Crise Hídrica que Itu está vivendo.
Graças a Deus hoje choveu um pouco e melhorou a situação de Limeira, mas estamos longe de ver o problema resolvido. Há que chover muito ainda para melhorar.
Mas imagina a situação da população de Itu onde muitas casas estão a 30 dias sem uma gota de água. A água é um direito básico de qualquer cidadão, mas nestes momentos vemos pessoas agindo inescrupulosamente com essa falta de água, pois retirar mais água para revender deixando pessoas necessitadas sem a água demonstra a que ponto chegamos,
Se uma coisa podemos esperar desta crise é que com ela crescemos. Temos que mudar nossa atitude com a água. Vivemos na cultura da abundância, mas essa abundância está terminando.
Esta crise passará, mas a atitude com a água terá que mudar.
Fonte do vídeo: TV Folha (aqui)
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